OS PENSAMENTOS DO CIRURGIÃO-DENTISTA GIVALDO SOARES.

Passeando no Natal Shoping na noite de sábado, encontro o amigo cirurgião-dentista e poeta, Givaldo Soares.

Por um instante observei a maestria de quem sabe deleitar uma boa leitura. Me aproximei sorrateiramente e fiz o primeiro “click”.

Clicando por mais duas vezes, roubei a atenção do amigo, que com um largo sorriso, mostrou-se surpreso com  minha repentina presença.

Ainda em tempo, o parabenizei pela data natalícia comemorada no último dia 17, e como presente, prometi postar um registro seu, escrito exatamente na manhã de 17 de fevereiro do corrente ano, que fazendo sua leitura, fiquei visivelmente emocionado.

Relato de um lúcido cidadão brasileiro, no dia do seu aniversário.

Hoje, 17.02.2011, ao completar 75 anos, fui fazer minha caminhada matinal, quando fui surpreendido com um coro especial, composto por um galo de campina, um rouxinol e um sabiá. Tomei a liberdade de considerar que aquele belo canto era em minha homenagem e me emocionei! Voltei á minha infância, na pequena Lagoa dos Gatos onde nasci, no modesto Estado de Pernambuco. A noite foi de muita chuva e, pela manhã, pude lavar o rosto com o orvalho, ainda existente nas flores.

75 anos já é uma idade provecta! já pensamos na morte com alguma intimidade. Isto nos leva sempre a uma reflexão sobre a vida, e vem a questão da fé, da existência de Deus, do casamento, da família e dos filhos. Refletimos também sobre o trabalho, os amigos e o próprio mundo, onde predominam as bolsas de valores materiais e espirituais. Na primeira temos a luta pelo poder e pelo dinheiro, na segunda, levamos em consideração as doutrinas e os dogmas. Neste caminho, ás vezes, por engano, egoísmo e individualismo, os homens se perdem.

Ainda temos uma questão a considerar: O humanismo e a poesia, então lembro de uma frase de Nizan Guanaes, quando ele diz: “Pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si”.

Quanto á poesia, recorro ao poeta Reynaldo Jardim, em seu último poema, pouco antes de sua morte:

” O espírito abandona o casulo

Que se transforma em pó de terra e lama

No forno crematório em pó de cinzas

Transmuta em nosso corpo em vinte gramas

A vida ilusória dos sentidos,

Agonizatorrada pelas chamas,

Mas o espírito se espiritualiza,

E sem retórica a vida se eterniza,

E se eterniza a vida sem metáforas,

E se eterniza a vida sem memória,

E a existir prossegue a trajetória”.

Givaldo Soares

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