JUSTIÇA ACEITA 11ª DENÚNCIA CONTRA O EX-GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal aceitou a 11ª denúncia contra o ex-governador Sérgio Cabral, réu em novo processo. O magistrado tomou por base a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), na última sexta-feira (16). A Força-tarefa da Lava Jato denunciou Cabral, a sua mulher, Adriana Ancelmo e dois operadores por lavagem de dinheiro.

De acordo com os procuradores da República, o casal Cabral e Adriana Ancelmo gastou R$ 11 milhões na compra de joias. Boa parte dessas joias e pedras preciosas, segundo o MPF, não foi encontrada.

Os investigadores da Lava Jato no Rio descobriram que o ex-governador Sérgio Cabral adquiriu 41 joias na joalheria H.Stern e não 11, como havia sido descoberto até agora. A conclusão aconteceu após a delação premiada feita por sócios e diretores da joalheria. Os depoimentos foram homologados pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Por essas 30 peças a mais, entre brincos e cordões, Cabral pagou algo em torno de R$ 4 milhões. De acordo com os relatos, por um par de brincos de ouro branco com brilhante foi gasto R$ 1,2 milhão. As investigações até agora listavam 66 peças que somavam R$ 6,9 milhões. Dessas, 55 eram da joalheria Antonio Bernardo.

Cabral está preso desde novembro do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Calicute. Adriana Ancelmo cumpre prisão domiciliar desde o final do mês de março após ser beneficiada por liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. O apartamento dela não pode ter linhas telefônicas nem acesso à internet.

Em depoimento à Justiça Federal, a diretora comercial da joalheria, Maria Trotta, da H. Stern afirmou que Adriana Ancelmo pedia, na maioria das vezes, a fabricação de joias exclusivas e que os pagamentos eram quase sempre feitos em dinheiro.

“A maioria das vezes as joias eram fabricadas para ela. Adriana gostava de coisas exclusivas e mandava fabricar”, contou.

A ex-primeira dama foi absolvida pela Justiça Federal, em Curitiba, em processo sobre lavagem de dinheiro e corrupção. O Ministério Público diz que vai recorrer. Segundo as investigações, joias e pedras preciosas compradas pelo casal são, sim, prova de crime.

Os pagamentos foram feitos em dinheiro e sem emissão de nota fiscal pelos chamados operadores do ex-governador, Carlos Miranda e Carlos Bezerra. A Força-tarefa da Lava Jato no Rio também descobriram que parte do dinheiro para essas compras saíram da contabilidade da organização administrada pelos irmãos Chebar, doleiros de Cabral.

“Essas joias já podem ter virado dinheiro ou podem estar em qualquer lugar. Há provas de que elas foram adquiridas pelo ex-governador e sua mulher”, afirmou o procurador Sérgio Pinel.

Também são levadas em conta pelos procuradores as informações prestadas nos depoimentos do presidente da joalheria, Roberto Stern; o vice-presidente, Ronaldo Stern; o diretor financeiro, Oscar Luiz Goldemberg.

Do G1

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