DEPOIMENTO E DESESPERO DO EX-MINISTRO GEDDEL AO OUVIR QUE FICARÁ PRESO POR TEMPO INDETERMINADO

https://youtu.be/F9ctkRV2ygs

 

Ao final do depoimento de 1h23 minutos que deu ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, Geddel Vieira Lima caiu no choro ao ouvir que vai permanecer na prisão por tempo indeterminado.  Vallisney não deu prazo para a saída de Geddel, mas disse que vai analisar o pedido de soltura novamente na próxima semana. Do veja.com

Um dos políticos mais próximos do presidente Michel Temer soube, nesta quinta-feira (6), que vai continuar preso. E chorou. O ex-ministro Geddel Vieira Lima é suspeito de atrapalhar investigações de desvio de dinheiro na Caixa Econômica Federal e prestou o primeiro depoimento desde que foi capturado por agentes da Polícia Federal.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima chegou pela manhã à Justiça Federal, em Brasília. Ele apareceu com a cabeça quase raspada. Geddel foi preso na segunda-feira (3) e está no presídio da Papuda.

A audiência foi conduzida pelo juiz Vallisney Oliveira e gravada em vídeo. Geddel negou ter procurado a mulher do doleiro Lúcio Funaro – que também está preso – para sondar sobre a possibilidade de delação. Para o juiz, esse fato é gravíssimo e se tornou o principal motivo da prisão do ex-ministro de Temer.

Geddel admitiu ter falado com ela mais de dez vezes nos últimos 12 meses, mas só sobre amenidades.

“Em nenhum momento o conteúdo da ligação foi pressão, delação… Sequer saber do marido”, disse Geddel.

Um dos aliados mais próximos de Temer, Geddel atuou como articulador do Palácio do Planalto até o ano passado. Agora, é investigado por suspeita de envolvimento em irregularidades na liberação de recursos da Caixa. Durante a audiência ele chorou.

“Tudo isso para mim aqui é uma surpresa. Tenho 58 anos de idade, nunca tive nenhum problema, nem de responder a cheque sem fundo, nem a nada. Sou o maior interessado em poder fazer com que meu nome, que meu filho continue com meu nome, sou eu”.

E pediu que o juiz o colocasse em liberdade ou concedesse prisão domiciliar.

“Eu já estava praticamente em prisão familiar. Em prisão domiciliar. Eu não saía mais de minha casa. Se for essa a decisão do senhor, me comprometo a cumprir ipsis litteris e, enfim, não tomarei um passo que possa me levar ao imenso constrangimento que eu estou vivendo do ponto de vista pessoal, moral e em relação à memória de meu pai. Mas com toda convicção, creia nisso, toda força da minha alma, eu lhe asseguro”.

O juiz Vallisney considerou que não há motivos para Geddel sair da cadeia.

“Eu mantenho aqui o que eu já coloquei na decisão de que há esses indícios de autoria e materialidade quanto ao custodiado que levariam aos outros requisitos da prisão preventiva. Indícios, claro”, disse o magistrado.

O juiz determinou que a Polícia Federal faça perícia no celular da mulher do doleiro Lúcio Funaro.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima foi preso com base em informações fornecidas por Lúcio Funaro. Depois de um ano no presídio da Papuda, o doleiro foi transferido na quarta (5) para uma cela na superintendência da Polícia Federal. Essa mudança de endereço é parte das negociações de uma delação premiada.

O pedido da Procuradoria da República no Distrito Federal foi para transferi-lo temporariamente em razão da necessidade de tomada de depoimentos em audiências judiciais. A Justiça decidiu que Funaro fica na PF até o dia 14 de julho.

Reservadamente, investigadores confirmaram que a transferência foi um “consenso” que cumpre dois objetivos: Funaro fica à disposição para ser ouvido em investigações e na PF é mais fácil para receber os advogados.

Funaro está negociando delação premiada e agora está na fase de combinar o roteiro do que será entregue ao Ministério Público Federal. Essa fase é essencial para o acordo sair ou não. Investigadores relataram idas e vindas nessas tratativas.

Funaro pode complicar a situação do presidente Michel Temer. Ele já disse à Polícia Federal que Temer orientou a distribuição de dinheiro desviado da Caixa Econômica Federal e que Temer também sabia do pagamento de propinas da Petrobras.

Do G1/ Jornal Nacional

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