COPA DO MUNDO RÚSSIA 2018 – A SELEÇÃO DOS FILHOS SEM PAI

Seis dos 11 titulares do Brasil na Copa cresceram distantes do pai biológico. Mães como a de Gabriel Jesus tiveram de se desdobrar sozinhas para criar os filhos atletas

Paulinho e Gabriel Jesus passaram a infância longe dos pais. AP

Ao marcar gols, Gabriel Jesus faz o sinal de um telefone com a mão e o dedo polegar grudado na orelha. A comemoração conhecida como “Alô, mãe” é uma homenagem a Vera Lúcia, a mulher que, sozinha, o criou juntamente com os três irmãos. “Ela sempre foi pai e mãe”, costuma dizer o camisa 9, que integra o grupo de seis dos 11 titulares da seleção (Miranda, Thiago Silva, Marcelo, Casemiro e Paulinho) na Copa do Mundo que cresceram sem o suporte do pai biológico. Uma realidade comum no país do futebol.

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 40% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, sendo que, “em um elevado patamar de famílias” – cerca de 12 milhões –, elas não têm cônjuges para ajudar na criação dos filhos.

Como conclusão dos dados analisados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o estudo avalia que esse panorama agrava “o risco de vulnerabilidade social, já que a renda média das mulheres, especialmente a das mulheres negras, continua bastante inferior não só à dos homens, como à das mulheres brancas”.

Porém, Dona Vera, abandonada pelo marido, que foi viver com outra mulher antes mesmo de Jesus nascer, nunca deixou nada faltar ao caçula. “Quando ia aos jogos e via meus amigos, sentia inveja por não ter um pai presente. Mas, do jeito que minha mãe me criou, eu logo esquecia que tinha pai”, contou o atacante em depoimento ao The Players’ Tribune. Com informações do El País Brasil.

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