GINGA COM TAPIOCA PODE SE TORNAR PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL DO RN

A gastronomia é um dos traços culturais que definem um pouco do que é um povo e sua vivência. Aqui, no Rio Grande do Norte, um dos pratos típicos mais consumidos nas praias é a ginga com tapioca, seja por norte-riograndenses ou por turistas. E a iguaria culinária está próxima se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do RN.

Foi aprovada nesta terça-feira (20), durante reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa, o projeto de lei da socióloga e deputada estadual Márcia Maia que confere o título de patrimônio cultural do estado, assim como o Bolo de Rolo em Pernambuco; a Feijoada, no Rio de Janeiro; o “Queijo Minas”, em Minas Gerais e o Acarajé, na Bahia. Em Natal, a Ginga com Tapioca já é considerada patrimônio imaterial do município.

“A própria UNESCO, já inclui desde 2008, a gastronomia e a comida típica de países ou regiões na lista de patrimônio imaterial da humanidade. A forma com a qual as pessoas se alimentam, os preparos e o próprio alimento são parte das tradições e memória coletiva de um povo. Mostra um pouco da crença, da história, da condição de vida, enfim, marcas culturais. Por isso, a ginga com tapioca, assim como pratos em outros estados, merece ser reconhecida como patrimônio imaterial do nosso povo”, afirmou Márcia Maia.

Agora, o projeto segue sua tramitação nas demais comissões da Assembleia Legislativa, para só então, ser colocado em votação no plenário. Se aprovado pelos deputados, a medida passa pelo crivo do Governo do Estado antes de se tornar lei.

Ginga com Tapioca

A iguaria potiguar é feita com pequenos peixes envolvidos em fubá e fritos com óleo de dendê, enquanto a tapioca feita com a goma preparada a partir da mandioca. É um dos pratos mais tradicionais da gastronomia potiguar e fonte de proteínas e carboidratos. Os relatos apontam para a praia da Redinha, na zona Norte de Natal, como berço da ginga com tapioca.

Entre os anos 1950 e 60, o casal Januário criou a receita para evitar o desperdício de filhotes de peixes esquecidos à beira mar após os barcos de pesca descarregarem os peixes maiores. O nome “ginga” teria nascido por causa do “gingado” dos peixes na rede de arrasto dos pescadores.

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