SENADO FAZ SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AOS 54 ANOS DA TV GLOBO

Foto: Pedro França/Agência Senado.

O Senado realizou nesta manhã uma sessão solene em homenagem aos 54 anos da TV Globo, completados nesta sexta-feira (26). A solenidade conduzida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), contou com a presença de parlamentares, executivos do Grupo Globo e do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli.

A TV Globo foi fundada em 26 de abril de 1965, no Rio de Janeiro, pelo jornalista Roberto Marinho. Embrião da futura Rede Globo de Televisão, a emissora movimentou o mercado de televisão brasileiro com uma programação baseada em jornalismo e entretenimento, que teve as novelas como carro-chefe.

Um dos filhos do fundador da emissora, o vice-presidente do Grupo Globo e presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho, foi um dos executivos que representaram a empresa na cerimônia realizada no plenário principal do Senado.

Também compareceram à sessão solene o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo, o diretor de Relações Institucionais da empresa em São Paulo, Fernando Vieira de Mello, o diretor de jornalismo da sucursal da TV Globo em Brasília, Luiz Fernando Ávila, e o diretor da sucursal do jornal “O Globo” na capital federal, Paulo Celso Pereira.

A homenagem à TV Globo foi proposta pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento que sugeriu a realização da solenidade.

A sessão especial iniciou por volta 9h45 desta sexta. Na abertura da cerimônia, o presidente do Senado convocou José Roberto Marinho, Paulo Tonet e Dias Toffoli a subirem à mesa diretora para acompanhar a solenidade nas cadeiras reservadas aos dirigentes da Casa.

Ao discursar, Davi Alcolumbre disse que a TV Globo se consolidou nos últimos 54 anos como um patrimônio dos brasileiros.

“A Rede Globo de Televisão consolidou-se em mais de meio século de existência como verdadeiro patrimônio dos brasileiros e, talvez, doutor José Roberto, no mais democrático instrumento de comunicação, aprendizagem e entretenimento de nossos cidadãos brasileiros.” (Davi Alcolumbre).

“O jornalismo da emissora é referência nacional e internacional. Reconhecido pelo respeito, pela verdade, pela seriedade, pela visão crítica e pelo comprometimento de seus profissionais com o dever principal da imprensa, o dever de informar”, acrescentou o presidente do Senado.

Quarto a discursar na solenidade, José Roberto Marinho iniciou a fala no plenário do Senado lembrando do pai, que morreu, em 2003, aos 98 anos.

“Um trabalho de todas as horas, todos os minutos do dia. E encaramos este trabalho como uma verdadeira missão. É com a paixão que temos por comunicação que mantemos o entusiasmo de nosso fundador todos os dias até hoje e haveremos de manter por muito tempo”, declarou.

“Preciso revelar que é gratificante, mas não é fácil. Exige um trabalho imenso, uma dedicação enorme dos milhares de profissionais que conosco trabalham. Mas, ao longo desses anos todos, se há uma lição que aprendemos é que o êxito só acontece quando não buscamos atalhos ou caminhos fáceis. É preciso oferecer sempre programação de qualidade, fruto de muito esforço”, completou o vice-presidente.

José Roberto Marinho também agradeceu a homenagem dos senadores à emissora e lembrou que a TV Globo produz 3 mil horas de entretenimento e 3 mil horas de jornalismo por ano. O vice-presidente do Grupo Globo observou ainda que a emissora procura oferecer o melhor do esporte para o público brasileiro.

Segundo o executivo, o compromisso da TV Globo é retratar a democracia, que ele definiu como um regime ruidoso e barulhento, com diferentes projetos em choque e formas de viver diferentes, sempre de maneira imparcial.

“Estamos cientes de que, agradando a maior parte do público, não agradamos a todos. Não poderia ser diferente. Se erramos, temos a humildade de corrigir porque nosso compromisso é com nosso público e com a verdade. Somos um conjunto de pessoas comprometidas com nosso trabalho e apaixonadas por comunicação. Um conjunto que tem alma. Mas a escolha e a crítica livre são a própria democracia. Na verdade, que democracia não é barulhenta, ruidosa, viva, com múltiplos pontos de vista, projetos em choque, formas de viver diferentes, de se comportar, de crer? Tudo com tolerância e respeito ao outro. Isto é o Brasil que esta casa tão bem representa.” (José Roberto Marinho)

O vice-presidente do Grupo Globo ressaltou que a TV Globo “não apoia partidos, não apoia religiões, não defende formas de comportamento e não defende formas de agir”.

“A TV Globo procura acompanhar, isso sim, as mudanças na sociedade, a sua evolução, com as contradições que essa mesma evolução acarreta, mas sempre sem proselitismos.”

Redes sociais

No discurso, José Roberto Marinho também fez um desagravo a jornalistas atacados em mídias sociais. Ele afirmou que os profissionais da imprensa são agredidos de forma “muito violenta e muito pessoal por grupos extremados”.

“Jornalistas que apresentam os jornais são muito agredidos através da mídia social, de uma forma muito violenta, muito pessoal, por grupos extremados. Então, essas palavras aqui confortam muito. É muito bom ver que pessoas que realmente representam o povo estarem pronunciado essas palavras. Pessoas de origens políticas diferentes, de ramos políticos diferentes. Vamos todos atrás da verdade dos fatos.”

‘Fatos verdadeiros’

O ministro Dias Toffoli afirmou, ao discursar na sessão especial do Senado, que o jornalismo da TV Globo é guiado pela busca de “fatos verdadeiros”.

“O senador Randolfe destacou a questão da parte jornalística, da parte daquilo que o Ulisses Guimarães [ex-presidente da Câmara] chamava de ‘sua excelência, o fato’, mas o fato verdadeiro, não o fato mentiroso, não o fato fraudulento. Isso a Rede Globo tem feito”, disse o presidente do Senado.

Toffoli também elogiou a dramaturgia brasileira que, segundo ele, é propagada, principalmente, pela TV Globo. De acordo com o presidente da Suprema Corte, se não fossem as novelas da TV Globo, a população brasileira estaria assistindo a “enlatados da dramaturgia de uma outra nação, de outro país”.

Ao final da sessão solene, Toffoli voltou a elogiar a jornalistas a dramaturgia brasileira. Para ele, a exportação de novelas produzidas pela TV Globo mostra a cultura, a história e quem é o brasileiro.

“A Rede Globo, nas suas novelas, traduziu quantos e quantos romances do nosso país. Quem não se lembra de Escrava Isaura? Quem não se lembra de Sinhá Moça? Quem não se lembra de tanta coisa que aprendeu e conheceu da história do Brasil através da dramaturgia da Rede Globo?”, ponderou Dias Toffoli.

Antes do início da sessão, Randolfe Rodrigues disse à TV Globo que, mais do que homenagear o aniversário da emissora, a solenidade desta sexta-feira cumpre o objetivo de “reafirmar o valor constitucional da liberdade de imprensa”.

“Estamos em um momento histórico em que a liberdade de imprensa está sob ameaça. A TV Globo é um baluarte na defesa desta liberdade constitucional ao longo da história. A solidariedade aqui manifesta e apresentada é, principalmente, aos profissionais de imprensa que constituem esse meio de comunicação. É para homenagear a Rede Globo e seu papel de integração nacional, mas é também para a defesa desse valor fundamental presente na nossa Constituição” (Randolfe Rodrigues).

Por: G1.

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