Frentista enche tanque de carro em Caracas no dia 21 de maio Foto: MARVIN RECINOS / STR.
Na Venezuela, um ovo custa o mesmo que 93,3 milhões de litros de gasolina. Outrora uma potência petrolífera, o país hoje doa seu combustível por conta da hiperinflação e da estagnação dos preços.
Um tanque de 50 litros é preenchido com 0,0005 bolívares, um valor impossível de pagar de forma exata, pois a cédula de menor valor do país é de dois bolívares.
Cinco zeros foram então subtraídos da moeda venezuelana, mas as novas notas perderam valor devido à inflação, que deve chegar a 10.000.000% neste ano, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
— A gasolina é livre aqui — resumiu o economista Jesús Casique à AFP sobre a situação venezuelana. Lá, um litro de combustível sai a 0,00001 bolívares. Em comparação, um ovo sai por ao menos 933 bolívares.
De acordo com o analista de finanças e diretor da empresa Econométrica, Henkel García, o pouco de dinheiro que os consumidores dão ao encher o tanque nos postos de gasolina é uma gorjeta ao frentista, pois o custo do combustível é praticamente zero.
Um dólar, cotado nesta terça-feira em 5.546 bolívares, segundo o Banco Central da Venezuela, compra 554,6 milhões de litros de gasolina e é suficiente para pagar à vista 14.600 caminhões.
— Como ficou tão barato? Com uma inflação que estava crescendo e um preço de gás que estava estagnado — explicou García.
O paradoxo é que mesmo com a gasolina mais barata do mundo, os venezuelanos enfrentam ciclos de escassez. No último deles, que ocorre desde a semana passada, formaram-se filas que chegam a durar dias para encher o tanque em diferentes regiões.
Por: Extra Online.
