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Alvo de ataques do ideólogo Olavo de Carvalho durante o fim de semana, o ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, Carlos Alberto dos Santos Cruz, segue no governo. Se fosse civil, porém, já teria pedido demissão, segundo avaliação de interlocutores do general da reserva, amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com esses interlocutores, devido à formação militar, Santos Cruz é disciplinado e não deseja gerar uma crise ainda maior para o presidente Bolsonaro. Por isso, continua à frente da Secretaria de Governo, apesar das intensas críticas e ataques da ala ligada a Olavo de Carvalho, que foram inclusive endossadas em parte pelo próprio presidente da República.
Bolsonaro, no fim de semana, postou uma mensagem nas redes sociais que amigos de Santos Cruz classificaram como um aval às críticas feitas por Olavo de Carvalho. O ideólogo criticou uma entrevista no ministro, concedida em abril, em que fala da necessidade de se ter cuidados na publicação de notícias nas redes sociais e que era preciso disciplinar seu uso.
Amigos de Santos Cruz dizem que em nenhum momento ele quis defender a adoção de regras para regulamentar e limitar o uso das redes sociais, mas essa foi a interpretação difundida pela ala ideológica do governo.
E no domingo o próprio presidente da República, diante do debate de tensão elevada na rede virtual, postou mensagem afirmando que durante seu governo não há possibilidade de se regulamentar as redes sociais.
Interlocutores de Santos Cruz se questionam se o presidente da República estaria indiretamente dando munição para a ala do governo que deseja derrubar o ministro da Secretaria de Governo, tal como aconteceu com Gustavo Bebianno na Secretaria-Geral da Presidência da República.
Bolsonaro disse a Santos Cruz que não tem interesse na sua saída do governo.
Nos bastidores, a guerra contra Santos Cruz passa pelo controle da comunicação do governo. A ala ligada a Olavo de Carvalho acusa o ministro de travar as estratégias de comunicação do Palácio do Planalto, cancelando vários contratos e vetando a distribuição de verbas para alguns blogs.
Por: G1.
