BRASILEIRA CONQUISTA OURO NO MUNDIAL DE ESGRIMA, O 1º DA HISTÓRIA DO PAÍS

Foto: Peter Kohalmi/AFP

Brasil conquistou nesta quinta-feira a primeira medalha, e logo de ouro, em um Campeonato Mundial de esgrima . O feito foi obtido por Nathalie Moellhausen , de 33 anos, na disputa da final da espada individual na competição que está sendo realizada em Budapeste, na Hungria. Na decisão, a brasileira venceu a chinesa Sheng Lin.

Na decisão, o duelo ficou empatado em 12 a 12 nos três períodos regulamentares. Na prorrogação, porém, Nathalie conseguiu o toque que garantiu o ouro inédito para o Brasil.

Com o título mundial, Nathalie subiu de 22ª para quarta colocada no ranking mundial de espada. Com isso, garantiu classificação antecipada para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O ranking olímpico será fechado no final de março após etapas de Copa do Mundo e Grand Prix, mas a brasileira não tem como ficar fora da disputa.

—Hoje tive três vitórias: o título mundial, a quarta posição no ranking, a melhor da minha carreira, e a classificação olímpica — comentou a esgrimista, em entrevista para O GLOBO.

Foto: Peter Kohalmi/AFP

Agora, Nathalie segue para Paris, na França, onde mora e treina. Sua próxima competição serão os Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto.

— Minha expectativa é ganhar também — afirma a atleta.

Homenagem ao pai

Além das três conquistas apresentadas, a vitória de Nathalie no Mundial teve outro fator emocional muito forte: foi uma homenagem ao pai, o alemão Philippe Moellhausen, que morreu em março do ano passado de infarto, aos 63 anos.

— Ele sempre foi meu maior incentivador na esgrima. Foi quem mais acreditou em mim — conta ela.

Logo após vencer a chinesa Sheng Lin na final, Nathalie se ajoelhou no tablado de competição e chorou muito de emoção. Depois, abaixou a manga do uniforme e beijou uma tatuagem no pulso esquerdo. É uma homenagem ao pai, feita por ela e pelas irmãs.

Cidadã do mundo

A esgrimista é nascida na Itália, país com larga tradição na esgrima. Além do pai alemão possui mãe brasileira. Por isso, sempre teve cidadania nacional. Decidiu competir pelo Brasil a partir de 2014, quando perdeu espaço na equipe italiana.

— Moro e treino na França, então sou um pouco francesa também. E meu marido é argentino — brinca a atleta.

Em 2015, já defendendo o Brasil, ela conquistou a medalha de bronze no Pan de Toronto, após ser derrotada na semifinal pela norte-americana Katherine Holmes.

Nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, terminou entre as oito melhores, ao perder nas quartas de final. Foi o melhor desempenho do Brasil na história olímpica, igualado dias depois por Guilherme Toldo.

Em 2018, recebeu o prêmio Brasil Olímpico de melhor esgrimista do ano no país.

O Globo

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