Foto: Divulgação
Com vistas às eleições municipais, partido de Bolsonaro quer evitar quadros que queiram pegar carona na imagem do presidente e não tenham afinidade com ideais
Enquanto prepara uma campanha nacional de filiação para agosto, o PSL , partido do presidente Jair Bolsonaro , está elaborando uma cartilha de princípios. Com vistas às eleições municipais , o partido quer usar a medida para enfrentar um dilema: como buscar quadros competitivos para eleger mais prefeitos em 2020 sem desaguar numa filiação desenfreada de pessoas com pouco ou nenhum alinhamento com a legenda. Além de “filtrar” novos filiados, o objetivo é ter um instrumento para “enquadrar” os que não seguirem à risca as diretrizes do partido.
A avaliação interna é que muitos filiados pegaram carona na popularidade de Bolsonaro nas eleições de 2018, ou são remanescentes de quando o PSL era um partido nanico e não estão comprometidos com as atuais bandeiras da sigla. Nesses casos, a edição da cartilha será um caminho para desfiliações.
O texto está sob responsabilidade da direção nacional. Segundo dirigentes ouvidos pelo GLOBO, ele abordará temas caros ao bolsonarismo, da agenda liberal na economia à pauta conservadora nos costumes, como a defesa das privatizações e a condenação do aborto e da chamada “ideologia de gênero”.
Diretórios estaduais também buscam reduzir problemas na próxima eleição, como divisões internas e discursos erráticos. Em São Paulo, uma das medidas do novo presidente da legenda no estado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi pedir a elaboração de uma cartilha com regras de compliance para orientar a conduta dos filiados.
Quantos de nós aqui já ouviu: “esse cara era do PT até ontem e está querendo se filiar ao PSL para surfar a onda”. Então, por que não colocar como filtro que a pessoa esteja há “x” anos não filiada ao PT? — disse Eduardo em sua posse.
Por oglobo.globo.com