FEDERAÇÃO INTERNACIONAL ACIONADA PELO IBAMA NÃO ENCONTRA ORIGEM DE MANCHAS DE ÓLEO NO NORDESTE

Militares da Marinha participam de ação de limpeza do óleo na praia da Barra de Tabatinga, no Rio Grande do Norte, na quinta (17). — Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

Uma federação internacional especializada em identificar e prevenir vazamentos de petróleo causados por petroleiros foi procurada pelo governo brasileiro, mas ainda não conseguiu localizar a origem das manchas de óleo no Nordeste. O contato ocorreu no início da crise que já atinge mais de 180 localidades no Nordeste.

A Federação Internacional de Poluição por Petroleiros (ITOPF, na sigla em inglês) foi contatada pelo governo por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O órgão internacional já investigou mais de 800 vazamentos causados por navios em 100 países diferentes nos últimos 50 anos.

Segundo o diretor técnico da ITOPF, o mais comum é que a organização seja chamada por donos de navios ou seguradoras de empresas de transporte quando ocorrem acidentes mas, como ainda não foram identificados os responsáveis pelas manchas no Nordeste, apenas o governo brasileiro poderia envolver a organização neste caso.

“A ITOPF não tem conhecimento da origem do vazamento. Nós simplesmente não temos ainda informações nesse sentido e eu sei que essa é a questão que todos gostariam de responder”, disse Richard Johnson. 

Foto: Reprodução/TV Globo / Manchas de óleo voltam a a parecer em Pernanbuco

Apoio Internacional

Depois de procurada pelo Ibama a federação enviou técnicos de sua sede, em Londres, para o Brasil, onde estão atuando há algumas semanas.

“Três técnicos do ITOPF estão trabalhando em conjunto com o Ibama e com a Marinha, ajudando a identificar o alcance e a gravidade desse incidente e oferecendo suporte sobre os melhores métodos e técnicas para limpar os locais afetados”, explica Johnson, biólogo e diretor técnico da federação.

“Em conjunto com as autoridades locais nós examinamos a costa, tanto em sobrevoos como no solo, e auxiliamos no centro de comando da Marinha.”

Apesar disso, Johnson afirma que ainda não foi possível localizar a origem do vazamento.

“Uma grande amostra de imagens de satélite foi analisada mas, apesar dos melhores esforços, a origem do óleo permanece desconhecida neste momento.”

Ação do Governo

Desde o início do desastre, em setembro, o governo federal está sendo cobrado por ações em reposta às manchas de óleo. Nesta sexta-feira (18), o Ministério Público Federal (MPF) dos nove estados do Nordeste moveu uma ação conjunta pedindo que a Justiça Federal obrigue a União a acionar em 24 horas o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo, com multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento da ordem.

A Marinha do Brasil está atuando com ações de monitoramento, principalmente nos registros de navios na costa brasileira, e também na redução de danos, com iniciativas de limpeza de praias. Já o Ibama está catalogando as praias e os animais afetados, além de analisar imagens de satélite do oceano em busca de manchas de óleo.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apura quais unidades de conservação federais foram atingidas e também realiza ações de proteção da fauna em conjunto com o Projeto Tamar.

A Polícia Federal do Rio Grande do Norte abriu inquérito para investigar a origem do vazamento.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Petrobras também atuam na resposta ao desastre, com a retirada de toneladas de resíduos das praias e com análises laboratoriais feitas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes).

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, visitou estados atingidos pelas manchas nas últimas manchas, mas o presidente Jair Bolsonaro ainda não esteve na região desde o início da crise. Com informações do G1.

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