EVO MORALES SE ASILA NO MÉXICO E MILITARES ATUAM CONTRA VIOLÊNCIA NA BOLÍVIA

Foto: Daniel Walker / População comemora nas ruas de Santa Cruz a renúncia do presidente boliviano, Evo Morales, em 10 de novembro de 2019.

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales viajou na noite desta segunda-feira em um avião militar com destino ao México, que lhe concedeu asilo político após sua renúncia, enquanto os militares se uniam à polícia para conter a violência nas ruas do país.

 

“Irmãs e irmãos, parto rumo ao México, agradecido pelo desprendimento do governo deste povo irmão que nos deu asilo para proteger nossa vida”.

“É doloroso abandonar o país por razões políticas, mas sempre estarei a disposição. Em breve voltarei com mais força e energia”, tuitou o ex-presidente indígena.

O chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, confirmou a partida de Morales de um avião da Força Aérea do México, horas após informar o asilo político por considerar que “sua vida e sua integridade” correm risco na Bolívia.

“Recebi um telefonema do presidente Evo Morales. Ele solicitou formal e verbalmente asilo político em nosso país”, o que foi concedido, assinalou Ebrard.

Em meio à onda de protestos, agora protagonizada por partidários de Morales, as Forças Armadas decidiram realizar operações conjuntas com a polícia para conter a violência em várias regiões do país.

 

© AIZAR RALDES Bloqueios de rua em torno da principal praça de La Paz, em 11 de de novembro de 2019.

O comandante das Forças Armadas, general William Kaliman, “determinou a execução de operações conjuntas com a polícia para evitar sangue e luto na família boliviana”.

Kaliman determinou à tropa que utilize “a força de forma proporcional contra os atos de vandalismo que causam terror na população”, e recordou que as “Forças Armadas jamais abriram fogo” contra a população.

A decisão ocorreu após um pedido do chefe da polícia de La Paz, coronel José Barrenechea, diante de ataques a quartéis da polícia em algumas cidades por partidários do ex-presidente.

Centenas de apoiadores de Morales seguiram nesta segunda-feira de El Alto para La Paz, enquanto moradores da capital se organizavam para defender seus bairros deste avanço.

Em uma praça do bairro de San Miguel, a população erguia barricadas com latas de lixo, telhas de zinco, cordas e correntes para deter “uma turba violenta que se aproxima para destruir nossas casas”, disse um dos moradores, que pediu ajuda à polícia.

A futura presidente interina da Bolívia, senadora Jeanine Añez, disse que serão convocadas eleições, para que “em 22 janeiro já tenhamos um presidente eleito”.

“Vamos convocar eleições com personalidades comprovadas, que realizem um processo eleitoral que reflita o desejo e o sentimento de todos os bolivianos”, disse à imprensa na entrada da Assembleia Legislativa de La Paz a segunda vice-presidente do Senado, a quem corresponde a presidência interina após a renúncia de todos que estavam antes na linha de sucessão.

AFP

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