O ex-presidente da Câmara terá que usar tornozeleira eletrônica Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
A Justiça Federal de Curitiba substituiu a prisão preventiva do ex-deputado federal Eduardo Cunha por prisão domiciliar, após o emedebista ser submetido a um exame de coronavírus. Cunha realizou uma cirurgia na semana passada com médico diagnosticado com a covid-19.
Cunha foi condenado na Lava Jato a 14 anos e seis meses de prisão por propina de 1,3 milhão de francos suíços, fruto da compra de um campo de petróleo na África pela Petrobras. Segundo a própria Hardt, o ex-presidente da Câmara é um dos ‘notórios’ alvos da operação e teve a prisão preventiva decretada para evitar obstáculos às investigações ou a sua fuga. Cunha tem nacionalidade italiana.
Na decisão, Gabriela Hardt relembra que ainda não foi possível identificar todos os valores desviados que são relacionados a Cunha na Lava Jato, porém a situação de saúde do ex-presidente da Câmara faz necessária a ida para o regime domiciliar.
“Caso não tenha contraído o vírus no internamento médico atual – o que possivelmente só será confirmado daqui a uma semana – sua situação exigirá da mesma forma maiores cautelas, considerando as particularidades já explicitadas, por ser o apenado pessoa que integra o grupo de risco da doença”, continua a magistrada.
A juíza substituta da Lava Jato destaca que a conversão da prisão preventiva de Cunha em prisão domiciliar visa evitar a disseminação do coronavírus em Bangu 8, onde o ex-presidente da Câmara cumpre pena desde maio do ano passado.
Ao sair da prisão, Cunha será monitorado por tornozeleira eletrônica que, embora ‘não afaste por completo a possibilidade de prática de atos de dissimulação e ocultação de valores ilícitos ainda não identificados no exterior, inviabiliza ou ao menos dificulta a possibilidade de fuga’, segundo Hardt.
“Foi preciso uma pandemia e uma quase morte para se corrigir uma injustiça que perdurou anos. Eduardo Cunha já tem, há tempos, o devido prazo para progredir de regime, e há anos seu estado de saúde já vinha se deteriorando. Hoje, fez-se justiça”, afirmam os advogados de Cunha, os criminalistas Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.
Do estadão Conteúdo/R7