EMPREGADOS DA CAIXA REPRESENTAM QUASE METADE DE BANCÁRIOS COM SUSPEITA DE CONTAMINAÇÃO EM PERNAMBUCO. NO CEARÁ, 12 AGÊNCIAS SÃO FECHADAS

Foto: José Leomar

 

      De acordo com Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), situação tende a piorar com pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial, que começa nesta próxima segunda-feira (18) e continua centralizado no banco

Um total de 271 bancários de Pernambuco contraíram ou apresentam sintomas da Covid-19. Destes, 105 são empregados da Caixa Econômica Federal e 54 deles são casos suspeitos de terem sido contaminados pelo coronavírus. O número (54) representa 46% — quase a metade — dos 116 trabalhadores de seis bancos com suspeitas da doença no estado, segundo levantamento atualizado nesta sexta-feira (15) pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco e a Associação do Pessoal da Caixa (Apcef-PE).

No Ceará, 12 agências da Caixa estão fechadas por suspeitas ou confirmações de empregados contaminados pela Covid-19. A medida foi tomada, de acordo com a Apcef-CE, em duas unidades da capital Fortaleza, e em dez agências do interior. Em Pernambuco, mais uma unidade precisou suspender o atendimento nesta quinta-feira: a da Rua Capitão João Velho, no centro de Caruaru, agreste do estado.

“A situação só tende a piorar; inclusive, porque o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial começa nesta próxima segunda-feira (18) e continua centralizado no banco”, alerta o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.

“A insistência do governo em manter o pagamento do auxílio centralizado na Caixa é uma atitude irresponsável, criminosa, com riscos enormes não só para os mais de 50 milhões de beneficiários — que têm enfrentado filas e aglomerações nas agências — como também para os 50 mil bancários da Caixa à frente deste atendimento essencial à população”, ressalta Takemoto, ao observar que, na segunda-feira, quase 20 milhões de cadastrados no Bolsa Família poderão fazer o saque do auxílio.

Confirmações e Suspeitas  — De acordo com a Apcef-PE e o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o estado registra pelo menos 155 casos confirmados de trabalhadores com Covid-19. Além da Caixa (com 51 casos), estão neste levantamento os bancos Santander (com 35), Bradesco (com 32), Itaú (com 19), do Brasil/BB (com 14) e do Nordeste/BNB (com 4).

Em relação aos 116 bancários com suspeitas da doença, a Caixa lidera o balanço (com 54 casos). Na sequência, os bancos Santander (com 31 casos), Bradesco (com 16), BB (com 8), BNB (com 5) e Itaú (com 2).

“Infelizmente, os bancários também são vítimas da ineficiência e da irresponsabilidade do governo”, afirma o presidente da Fenae. Além de centralizar o pagamento do auxílio emergencial na Caixa Econômica e subestimar a quantidade de beneficiários — que pode chegar a 100 milhões de pessoas, segundo estima o próprio governo — demonstrando “total falta de planejamento”, Sérgio Takemoto ainda aponta outro erro cometido pelo Executivo.

Aglomeração na Caixa Econômica da Av. Francisco Sá, em Fortaleza.Foto: José Leomar

“Até agora, não se fez uma ampla e efetiva campanha de informação à sociedade, que acaba recorrendo às agências para o cadastramento ao auxílio (que só pode ser feito pela internet ou por aplicativo de celular) ou para situações que poderiam ser resolvidas por telefone. Equívocos claros do governo e que impossibilitam a solução definitiva dos problemas que estamos vendo desde o início de abril”, destaca o presidente da Fenae.

Reiteradas Cobranças  Sérgio Takemoto Lembra que além de ofícios à direção da Caixa e ao Ministério da Saúde — solicitando, entre outras medidas definitivas, a descentralização do pagamento do auxílio emergencial e a realização de uma abrangente campanha informativa à sociedade — a Fenae e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) enviaram ofício ao governador da Bahia, Rui Costa, presidente do Consórcio do Nordeste. No documento, as entidades pedem apoio aos nove governadores da região para a organização das filas e aglomerações em agências da Caixa.

“Diante da omissão do governo e da falta de ações coordenadas em nível nacional, é necessário colocar todos (os órgãos aptos) para fazerem o atendimento à população. Envolver não só os governos estaduais como também as prefeituras, por exemplo”, defende Takemoto. “O governo continua jogando para os trabalhadores da Caixa a responsabilidade de organizar o pagamento do auxílio emergencial. Esse não é o papel dos bancários, que estão se desdobrando e colocando em risco a própria saúde para atender a todos que precisam; especialmente, os mais carentes”, reforça o presidente da Fenae.

Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)

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