COMENTÁRIO SOBRE O OCORRIDO NO DIA 11 DE DEZEMBRO
PARADA DA DIVERSIDADE SEXUAL
A palavra RESPEITO é uma das que mais tem sido falada ultimamente nos vários comentários e artigos sobre o episódio do último dia 11 de dezembro no centro da cidade. Exatamente porque era sempre usada por aqueles que diziam ter os seus direitos desrespeitados.
É verdade! RESPEITO foi exatamente o que faltou aos que teoricamente mais falaram desse sentimento.
Segundo o Wikipédia, o respeito juntamente denota um sentimento positivo de estima por uma pessoa ou para uma entidade (como uma nação, uma religião, etc.) e também ações especificas e condutas representativas daquela estima. Respeito também pode ser um sentimento especifico de consideração pelas qualidades reais do respeitado (Ex: Eu respeito o julgamento dela).
Ora, eu acho que faltou por parte de alguns que participaram do evento em causa, justamente a compreensão disso, ou seja, de como se processa este sentimento dentro de um ser humano. Taí o exemplo: o respeito consiste em respeitar o julgamento das outras pessoas em relação aquilo que se é ou se faz, seja por princípios, éticos, religiosos, políticos, familiares, etc. Chamar de homofóbicas pessoas que têm concepções pessoais ou pontos de vista distintos de certos comportamentos, é no mínimo irresponsável. Temos que ser civilizados e íntegros para darmos exemplos às futuras gerações, a fim de que eles consigam continuar um trabalho de melhorar sempre o convívio e qualidade de vida das pessoas, com respeito e dignidade.
Vale salientar que não estamos aqui e nem temos procuração para defender quem quer que seja. Mas sim, defender e conclamar toda sociedade para uma convivência pacífica e harmoniosa entre as pessoas, sejam elas de qualquer credo religioso, condição social ou etnia.
Parabenizo o Pároco Pe. Matias pela coragem de defender o direito dos cristãos, e não só deles, como também de toda uma sociedade que respeita o seu próximo, mas que está ferida por consequência de atos praticados por alguns irresponsáveis. Porém, aliado a isso, tem assegurado a livre manifestação do pensamento, mesmo que seja contrário ao comportamento homossexual de alguns, o que não quer dizer que seja contra o ser humano, muito pelo contrário, está defendendo a dignidade da pessoa humana e apenas abomina esse tipo de comportamento, e também tem que ser respeitado por isso.
Quando o Pe. Matias em um dos seus discursos no dia 11 de dezembro, conforme publicado em alguns blogs locais, chamou a classe política mipibuense de fraca, medrosa e medíocre, creio que ele não quis denegrir a imagem de qualquer pessoa, mas sim, alertar a essas mesmas pessoas e dizer que não podemos nos omitir ou compactuar com o pensamento de determinados líderes ou grupos, que para conseguirem seus intentos, desrespeitam pessoas, instituições e as autoridades, atropelando a tudo e a todos, sem medir as consequências.
Não obstante a isso, vale ainda lembrar, para os desavisados, o que preceitua a nossa Carta Magna, no Capítulo I – DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIUAIS E COLETIVOS, em seu conhecido Art. 5º, inciso VI quando diz que: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.
Vale também lembrar, o que está tipificado em nosso Código Penal Brasileiro:
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa;
impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou
objeto de culto religioso:
Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único – Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Dessa forma, houve sim desrespeito e violação ao exercício e ao local de culto, além do escarnecimento público e da perturbação, sendo necessário inclusive, a intervenção policial para manter a ordem e o direito ao culto religioso e evitar maiores transtornos.
Portanto, fica aí para reflexão de todos os envolvidos, e a sociedade mipibuense, que tem dado uma resposta se solidarizando com aqueles, que verdadeiramente foram vítimas em todo este episódio, algumas perguntas:
Quem escarneceu de alguém publicamente?
Quem estava tentando impedir ou perturbando a realização de culto religioso?
Quem violou ou tentou violar esses locais e a realização de cerimônias ou culto religioso, que são protegidos por lei?
Finalizando, não somos contrários a qualquer ato ou reunião que venha reivindicar direitos dos cidadãos ou de alguns grupos sejam eles religiosos ou não, desde que se realize de forma pacífica, e sem desrespeitar outras pessoas ou grupos, nem tampouco as autoridades e/ou instituições, como prescreve também o Art. 5º, inciso XVI da Constituição Federal. Neste caso, em um Estado Democrático de Direito, que é adotado pela República Federativa do Brasil, DIREITOS e DEVERES, andam paralelamente, um não subsiste sem o outro, sendo estes dois fundamentos essenciais para que o funcionamento de uma democracia plena.
Um abraço e que Deus abençoe a todos e tenha misericórdia de nós!!!
São José de Mipibu/RN, 17 de Dezembro de 2010.
Att. Lindomar Revorêdo
Cidadão Mipibuense