Presidente Nacional do Democratas(DEM) afirmou que vice-governador não lidera bloco político e diz que o PMDB supriu vácuo deixado pelo PSB
O presidente nacional do Democratas (DEM), senador José Agripino Maia, voltou a desqualificar a liderança do vice-governador do Rio Grande do Norte.
“Bloco político? Qual o bloco político do vice-governador Robinson Faria?“, indagou em tom de ironia, o parlamentar potiguar ontem à tarde ao ser entrevistado no Jornal do Dia (TV Pontanegra).
Ele citou o caso dos deputados Raimundo Fernandes, Ricardo Motta, dentre outros que estavam de malas prontas para o PSD e permaneceram no PMN.
Quanto a problemas na base de sustentação do governo estadual na Assembleia Legislativa, o senador lembra que o PMDB por completo está apoiando a gestão Rosalba Ciarlini. José Agripino chegou a dizer que o PMDB deverá celebrar alianças com o DEM em várias cidades do Estado.
Falando a respeito da crise com o vice-governador Robinson Faria (PSD), o senador José Agripino considerou esse assunto como sendo “matéria vencida”.
Mesmo assim, o parlamentar falou a respeito do assunto. Para ele, o vice-governador do Estado tem total direito de criar uma legenda partidária. No entanto, explica Agripino Maia, o Partido Social Democrático tentou provocar o esvaziamento do Partido da Mobilização Nacional (PMN). “PMN, partido com quem nós fizemos aliança”, frisou.
“Ele (Robinson) decidiu trocar o PMN pelo PSD”, rememora. O senador diz que o PSD foi uma agremiação partidária criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no sentido de agrupar pessoas que estavam insatisfeitas onde estavam.
“Aqui no Rio Grande do Norte, eu não vi razões para que houvesse insatisfações. Eu não entendo por que estava tão bem a relação da governadora com o PMN de Robinson. Eu fiz aqui no Rio Grande do Norte, como presidente nacional do DEM, o que fiz no Brasil inteiro. Já que estavam tirando parlamentares nossos, construindo um partido com gente nossa, como presidente do partido e convidado pelo próprio Kassab para presidir o partido porque quis fazer a unificação do partido e depois, não entendo o por quê, ter abandonado o partido, abandonado essas pessoas que ele convidou para presidir o partido. Ele foi à minha casa pedir para que em nome da unidade do partido eu aceitasse a presidência e depois me abandonou. Se eu era o presidente do DEM e tinha a obrigação de manter o partido unido, eu fiz o que tinha de fazer”, afirmou.
Ele diz que essa reação do DEM gerou a indisposição com o PSD. Agripino cita que a governadora Rosalba Ciarlini tomou as suas iniciativas em relação a este assunto.
José Agripino reiterou tudo que foi dito durante a entrevista concedida ao jornal Tribuna do Norte. “A governadora tomou uma iniciativa e o vice-governador tomou outra iniciativa. Aquilo tudo que eu disse terminou acontecendo na prática”, acrescentou o parlamentar.
Ele argumentou que não teria qualquer problema em manter relacionamento com expoentes do PSD. “Não vejo a necessidade de se fazer tanto bicho, porque aqui no Rio Grande do Norte a relação do senador José Agripino com os que fazem o PSD não deveria haver o que houve. Eu sou presidente nacional do partido e fiz o que tinha de ser feito. Se gerou o que gerou, então, paciência”, reafirmou o presidente do DEM.
GOVERNO FEDERAL
Mesmo fazendo críticas a atuação do Governo Federal, o senador José Agripino destacou a concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que acontecerá no dia 28, oportunidade em que a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), estará no Rio Grande do Norte para conduzir pessoalmente este processo. “Pelo menos o Governo tem acordado para as coisas boas como o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante”, assinalou.
Ele lembrou que, em 2007, em meio ao caos aéreo no Brasil, o extinto Partido da Frente Liberal (PFL) elaborou um estudo sobre o tema. Naquela ocasião, a legenda apresentou um modelo de gestão do sistema aeroportuário brasileiro, inclusive encaminhando um modelo direcionado à privatização dos aeroportos do Brasil.
“Na época, eu era o líder do partido e entreguei pessoalmente esse documento ao ministro da Defesa. O caderno continha um estudo feito por especialistas da Alemanha, França e Estados Unidos. Nós entregamos um modelo de investimento privado já que o investimento público inexistia. O governo fez ouvidos de mercador e não fez investimento algum”, frisou.
José Agripino disse que o Governo Federal, neste momento, pressionado com as questões estruturantes com vistas à Copa do Mundo de 2014, terminou por adotar o modelo que foi apresentado pelo Democratas. “Seria bom que eles tivessem nos ouvido, há quatro anos, pois hoje nós estaríamos em um estágio bem mais avançado. Mas o Governo Federal fez ouvidos de mercador”, disse José Agripino, ressaltando que o País está em uma situação delicada sob o ponto de vista de novos investimentos. “Não há nenhum fato novo e o Brasil está na expectativa que vai ocorrer no mundo”, acrescentou o senador e presidente nacional do Democratas.
Gazeta do Oeste