Entrevista de Robinson Faria ao CORREIO DA TARDE – I PARTE

Confira alguns trechos da I Parte da Entrevista Especial concedida pelo vice-governador Robinson Faria, ao CORREIO DA TARDE, durante sua passagem por Mossoró, sexta-feira, 2, e publicada sábado.
CORREIO DA TARDE – Havia alguma simpatia de Wilma por seu nome, ou não?

ROBINSON FARIA – Reconheço que eu era o candidato da simpatia da governadora Wilma de Faria e que ela tinha o desejo de me apoiar. E chegou ao meu conhecimento, que a família dela desejava que eu fosse o candidato. Mas com a ascensão de Iberê ao Governo do Estado ela não teve força para me apoiar.

CORREIO DA TARDE – O senhor ficou magoado?

ROBINSON FARIA – Fiquei muito magoado, pois ela como líder poderia ter chamado e dito que iria usar as pesquisas, mas isso não aconteceu.  Mas, não posso deixar de registrar que ela me prestigiou até o dia que eu saí do governo.

CORREIO DA TARDE – Então, quem teria sido o responsável de sua saída do grupo, se Wilma lhe prestigiava no governo e até tinha simpatia por sua candidatura?

ROBINSON FARIA – Foi o vice-governador Iberê. Ele deu diversas entrevistas tentando me expulsar, me mandando entregar os cargos.

CORREIO DA TARDE – Isso foi o que o levou para fora do grupo?

ROBINSON FARIA –  O vice-governador passou até a usar um argumento que eu não tinha votada em Fátima Bezerra para Prefeitura de Natal na eleição anterior, e sim em Micarla. Ora,  Micarla tinha votado em Wilma para governador. Então, eu não tava apoiando uma candidatura contra o sistema.

CORREIO DA TARDE – O então vice-governador Iberê Ferreira não buscou uma parceria com o senhor?

ROBINSON FARIA – Nunca. Iberê, ao invés de dialogar comigo, ficou o tempo todo lutando para me enfraquecer, tentando me esvaziar, ao mesmo tempo articulando nos bastidores contra mim. Então, eu fui obrigado a romper e sair.

CORREIO DA TARDE – Em nenhum momento houve diálogo entre o senhor e Iberê?

ROBINSON FARIA – Isso fez com que o diálogo se encerrasse. Se ele tivesse tido uma visão mais abrangente, eu teria sido vice dele e o resultado poderia ter sido outro.

CORREIO DA TARDE – Como assim?

ROBINSON FARIA – Garibaldi não teria ido apoiar Rosalba; meu partido que teve cerca de 300 mil votos não teria ido para Rosalba. Observe que Iberê quase foi para o segundo turno. Os votos dos deputados e do meu grupo ultrapassaram os votos que Iberê precisou para ir para o segundo turno.

CORREIO DA TARDE – O senhor considera, então, que provocou um estrago na campanha de Iberê quando anunciou apoio ao nome de Rosalba?

ROBINSON FARIA – O estrago foi tão grande que Iberê passou três meses para arranjar um vice, pois ninguém mais quis ser vice e tudo isso foi a favor de Rosalba.  Meu grupo tinha meu capital político de quase 20 por cento, e é claro que desses vinte por cento, na hora que fui ser vice levei para votar em Rosalba para governador e, consequentemente, derrotou Iberê.

CORREIO DA TARDE – Então, o senhor e Garibaldi foram decisivos para a vitória de Rosalba?

ROBINSON FARIA – Claro que sim. A chapa de deputados estaduais e o deputado federal Fábio Faria que levei, é uma soma muita interessante que foi evidenciada com minha ida e acrescida com a posição de Garibaldi.

CORREIO DA TARDE – Foi um erro então, de Iberê, não buscar aliança com seu grupo?

ROBINSNON FARIA – Depois que eu rompi ele fez uns dez convites e ninguém mais quis ser vice em sua chapa. O deputado Mineiro, João Maia, Larissa Rosado e muitos outros nomes recusaram o convite. Acho que ele errou quando não soube segurar o grupo que elegeu Wilma em 2006.

CORREIO DA TARDE Quanto a Wilma de Faria?

ROBINSON FARIA – Também acho que ela errou muito ao não procurar manter o grupo que a  havia apoiado e participado de suas vitórias. Se Wilma tivesse mantido o grupo, teria sido eleita senadora e teria eleito o governador do Estado.

CORREIO DA TARDE – Quem teria errado mais, Wilma ou Iberê?

ROBINSON FARIA – Considero que a parcela de culpa maior foi do vice-governador que quis apenas conquistar o PMDB, em detrimento do meu grupo político que ele tentou enfraquecer com a entrada do PMDB no Governo dele e de Wilma.

CORREIO DA TARDE – Ela (Micarla de Souza, prefeita de Natal) teve uma grande oportunidade de se firmar como uma nova liderança política do Estado?

ROBINSON FARIA– Na minha opinião, sim. Teve tudo para ser uma liderança. O que sei é que é muito difícil para ela, mas acho que Micarla teve uma grande oportunidade de ter uma carreira vitoriosa. Tava muito fácil ter uma sequência de vitórias na carreira dela, e ela não teve a visão necessária para essa oportunidade.

CORREIO DA TARDE – No escândalo da Operação Sinal Fechado em Natal, houve informação de que o senhor teria sido procurado por um dos envolvidos, mas avisou que era rolo e preferia ficar fora. O que houve?

ROBINSON FARIA – Não fui procurado por ninguém, pois externei minha posição contrária inspeção logo de início. E talvez por isso não tenha havido a tentativa de alguém de se aproximar de mim. Achava muito interessante Rosalba acabar com essa inspeção, pois quando foram tornados públicos os valores foram números que a população reagiu. Então, talvez pelo fato de ter externado esse argumento ninguém tenha se sentido a vontade para tratar do assunto que é muito grave como está se provando agora.

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