O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, o único foragido dos condenados do mensalão, conseguiu fugir para a Itália usando o nome do irmão Celso, morto em 1978 aos 24 anos em um acidente de carro. Preso nesta quarta-feira (5), em Maranello, cidade no norte da Itália, Pizzolato estava com passaporte em nome Celso que, segundo a polícia, foi obtido em 2007.
A fuga de Pizzolato, ainda segundo informações da polícia, aconteceu pela Argentina em setembro de 2013, dois meses antes de o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, decretar a prisão. Ele teria passado a fronteira pela cidade de Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, e, após chegar a Buenos Aires, pegou um avião para a Espanha, onde chegou no dia 13, para depois seguir para a Itália.
Ainda de acordo com a PF, Pizzolato falsificou todos os documentos em nome do irmão para obter o passaporte: RG, título de eleitor, CPF. A polícia desconfiou quando, durante a investigação, identificou a mudança de status no documento de Celso, de brasileiro a “italiano residente na Itália”. Outros dois fatos que ajudaram a polícia a encontrar o rastro de Pizzolato foram a falta de compatibilidade das digitais no aeroporto de Buenos Aires e o carro comprado por sua mulher na Itália. Em Maranello, Pizzolato morava no apartamento do sobrinho.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que encaminhará ao STF (Supremo Tribunal Federal) o pedido de estradição de Henrique Pizzolato da Itália para o Brasil. Pizzolato fazia parte da lista de procurados da Interpol. “[Pedir a extradição] é nosso dever e assim o faremos. Comunicaremos a prisão ao Supremo Tribunal Federal e tomaremos todas as providências”, disse Cardozo.