PF INDICIA FILHOS E EX-ENTEADOS DE ROMERO JUCÁ POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Foto: Marcelo Camargo/ABr

Polícia Federal indiciou dois filhos e dois ex-enteados do senador Romero Jucá (PMDB-RR) por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os dois filhos, Rodrigo e Marina Jucá, e as duas ex-enteadas, Luciana e Ana Paula Surita, são acusados de envolvimento num desvio de R$ 32 milhões de recursos da Caixa Econômica Federal liberados para o Residencial Vila Jardim, um projeto do Minha Casa Minha vida destinado à população de baixa renda de Boa Vista, em Roraima. Os valores desviados seriam suficientes para a construção de mais de 500 apartamentos iguais aos demais do projeto. Os quatro foram alvos de operação da PF nesta quinta-feira. Jucá reagiu dizendo que não seria intimidado.

Na ação desta quinta, a polícia prendeu Frederico Macedo, marido de Luciana Surita, por posse ilegal de um fuzil de caça e uma pistola 765. As armas estavam na casa do casal, em Boa Vista. Pelas informações da polícia, Marina, Luciana e Ana Paula foram levados coercitivamente para prestar depoimento sobre as acusações que pesam contra eles.

Rodrigo Jucá não foi localizado no início da operação. Mas, ainda nesta quinta-feira compareceu para depor na Superintendência da PF em São Paulo. Ao todo, a Justiça Federal de Roraima expediu nove mandatos de busca e oito de condução coercitiva contra os quatro familiares do senador e outros investigados na chamada Operação Anel de Giges em Boa Vista, Brasília e Belo Horizonte.

Entre os investigados estão também o empresário Elmo Teodoro Ribeiro, dono da CTM Engenharia, empresa encarrega da execução das obras do Residencial Vila Jardim e funcionários da Caixa suspeitos de fazerem vistas na fiscalização. Pelas investigações da polícia, Rodrigo, Marina, Luciana e Ana Paula , entre outros investigados, teriam se apropriado de R$ 32 milhões dos R$ 185 milhões reservados ao projeto de construção de casas populares.

Os desvios teriam começado na venda de uma gleba da fazenda Recreio, que está em nome dos filhos e ex-enteados de Jucá. O terreno, avaliado em R$ 3,5 milhões, teria sido vendido por até R$ 7 milhões. Os valores ainda estão sendo apurados. No momento seguinte, a suposta organização criminosa teria superfaturado o projeto para obter um financiamento bem superior aos valores que, de fato, seriam gastos nas obras. Ao todo, os desvios seriam da ordem de R$ 32 milhões.

Parte dos recursos desviados teria chegado a contas dos investigados em transações sem vínculos diretos com o negócio. A prática seria uma tentativa de esconder a movimentação financeira e, com isso, legalizar recursos de origem pública.

Com informações do O Globo.

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