Vereador Carolos Bolsonaro Foto: Sergio Lima/AFP
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou na quinta-feira(16), por meio das redes sociais que será candidato à reeleição na Câmara Municipal do Rio. Ao embarcar no Republicanos, o partido esperava que Carlos assumisse a missão de ser puxador de votos da legenda. No entanto, recentemente, o vereador usou as mesmas redes sociais para dizer que pretende também ajudar o pai em Brasília.
“(…) Não morarei no Texas ou Marte, continuo no RJ, sou pré candidato, presente nas sessões e tudo segue normal!”, publicou Carlos Bolsonaro em sua conta no Twitter.
Um dia depois da ação do Facebook neste mês contra páginas e perfis bolsonaristas nas redes, removendo-as da plataforma, Carlos Bolsonaro postou mensagens enigmáticas nas redes dando a entender que não seria mais candidato a vereador.
Em sua postagem, Carlos disse que poderia ter chegado “o momento de um novo movimento pessoal”. Morar em Brasília para ajudar ainda mais o pai na sua política de comunicação, seria um dos objetivos.
Cada vez mais tem chegado aos ouvidos de Carlos a avaliação de que seu belicismo coloca o governo Bolsonaro em risco. O vereador também não anda satisfeito com a versão paz e amor de Bolsonaro e alertou o pai sobre ele estar perdendo apoio nas redes. Sempre que pode, Carlos repete que seu sonho é mudar para o Texas, nos EUA. Apesar da fala, os interlocutores de Carlos não acreditam que ele deixe o Brasil.
Acordo nacional
Além de Carlos, também se filiou ao Republicanos seu irmão e senador Flávio Bolsonaro. A ida dos irmãos para o partido faz parte de um acordo nacional entre a legenda, ligada ao líder religioso da Igreja Universal, bispo Edir Macedo, e o presidente Jair Bolsonoro.
O namoro entre Bolsonaro e a Igreja Universal começou às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2018 com o apoio declarado de Edir Macedo ao então candidato do PSL. Em março deste ano, Flávio e Carlos se filiaram ao Republicanos. A Universal é a mais relevante denominação neopentecostal do país, e o Republicanos integra o grupo do centrão, no qual Bolsonaro buscou apoio para formar sua base no Congresso.
O acordo da família Bolsonaro com Edir Macedo e o Republicanos passa também pela sucessão na prefeitura do Rio. O prefeito Marcelo Crivella está com a cadeira de vice aberta para a indicação de qualquer nome bolsonarista, mas o presidente diz que não participará de sua campanha para prefeito. Previne-se, assim, do desgaste que Crivella acumula desde que assumiu o mandato.
Agência O Globo