PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL ENTREGA RENÚNCIA A BOLSONARO E GUEDES

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes –  Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, entregou seu pedido de renúncia ao cargo ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. O pedido tem efeito a partir de agosto, em data que será definida e comunicada ao mercado, de acordo com nota enviada pelo banco para a Comissão de Valores Mobiliários, na noite desta sexta-feira.

No texto, o banco afirma que Novaes avalia que a companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de inovação no setor bancário.

Segundo fontes próximas a Guedes, Novaes estava cansado e pediu demissão por motivos pessoais. Ele tem dito a amigos que quer ficar mais próximo dos netos, que não estão morando em Brasília.

De acordo com relatos de interlocutores de Novaes, Bolsonaro cobrava uma atuação mais incisiva na atuação do Banco do Brasil, especialmente na redução de juros. O presidente tem comparado a situação do BB com a Caixa Econômica Federal, que efetuou uma série de cortes de juros nos últimos meses.

Em sua defesa, Novaes lembra que o Banco do Brasil é uma empresa de capital aberto, com ações negociadas em Bolsa.

O Ministério da Economia ainda não se manifestou.

Novaes tem 74 anos e é muito próximo a Guedes. Era uma indicação pessoal do ministro. Tomou posse em janeiro de 2019, logo após Guedes assumir o Ministério da Economia.

“O Banco do Brasil (BB) comunica que o Sr. Rubem de Freitas Novaes entregou ao Exmo. Sr. Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, e ao Exmo. Ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado, entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”, diz o texto.

Em entrevista recente ao GLOBO, concedida no fim de maio, Novaes disse estar convencido de que era necessário privatizar o Banco do Brasil, mas se dizia frustrado por não ver condições políticas para levar a proposta adiante. O presidente Jair Bolsonaro era contra a privatização do banco.

Mesmo durante a pandemia, Novaes continuava a dar expediente no BB. Na avaliação de Novaes, a privatização era o melhor caminho para modernizar a instituição.

O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Topo