VIAGEM DE MICHEL TEMER AO LÍBANO PRECISA DE AVAL DA JUSTIÇA

Michel Temer e o presidente Jair Bolsonaro, em evento em 2018, no Rio de Janeiro  Foto: Wilton Junior /Estadão

O ex-presidente Michel Temer (MDB) terá de pedir à Justiça autorização para viajar ao Líbano em missão oficial de ajuda humanitária e técnica, para ajudar na reconstrução do país após as explosões que destruíram a região portuária de Beirute.

A defesa do ex-presidente reconheceu que será preciso o aval e disse que Temer “tomará as medidas necessárias” para viabilizar a viagem, assim que a sua nomeação para a tarefa for publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Filho de libaneses, Temer foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para liderar as ações de ajuda do Brasil. Preso e solto duas vezes em 2019, Temer está proibido de deixar o Brasil sem autorização da Justiça.

Em maio de 2019, ao liberá-lo da segunda prisão, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) impôs ao ex-mandatário a proibição de manter contato com investigados, de se mudar ou deixar ausentar do País sem autorização, a entrega de passaportes, entre outras medidas cautelares. O ex-presidente e seu amigo coronel Lima são acusados de desvio de dinheiro em obras na usina nuclear de Angra 3, o que eles negam.

Em outubro de 2019, o presidente chegou a ter um pedido de viagem à Inglaterra barrada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio. Mas a ida, para participar de palestra na Oxford Union, foi liberada pelo Tribunal Regional federal da 2ª Região.

O ex-presidente concordou em estar à frente da missão do governo brasileiro e, neste domingo, 9, anunciou que aceitou o convite de Bolsonaro. “Quando o ato for publicado no Diário Oficial serão tomadas as medidas necessárias para viabilizar a tarefa”, afirmou a assessoria de Temer declarando que o ex-presidente está “honrado” com o convite.

Esta não foi a primeira vez que Bolsonaro e Temer conversaram durante o governo.

Ainda no início da pandemia, o ex-presidente telefonou para Bolsonaro e sugeriu uma mudança na condução da crise do novo coronavírus. Para o emedebista, o Executivo deveria decretar uma quarentena drástica de até 15 dias em todo o País. Além disso, o presidente teria de interromper as entrevistas diárias à imprensa no Palácio da Alvorada, como vinha fazendo.

O isolamento total não foi seguido por Bolsonaro. Pelo contrário, o presidente criticou o fechamento das atividades durante a crise. As declarações no Alvorada, porém, foram suspensas. Na mesma época em que os dois conversaram, o presidente Jair Bolsonaro intensificou as negociações com os partidos do Centrão oferecendo cargos em troca de apoio no Congresso Nacional.

Estadão

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