UNICEF: GOVERNOS PRECISAM PRIORIZAR VOLTA ÀS AULAS PRESENCIAIS COM SEGURANÇA

 

Foto: Reprodução/Thomas Samson/Getty Images

Apesar do significativo aumento de casos de Covid-19 no país a partir de novembro, de modo geral as atividades não foram paralisadas. Restaurantes, bares, boates, academias, cinemas, shoppings continuam em funcionamento. Mas a reabertura das escolas, que permaneceram fechadas a maior parte de 2020, ainda é marcada por incertezas.

Muitas prefeituras já anunciaram para o inicio de fevereiro a volta às aulas. A menos de um mês do retorno, contudo, faltam planos para a retomada. Pais, alunos e professores não sabem se as aulas serão presenciais, se continuarão remotas ou se haverá um sistema híbrido. Por vezes, nem há definição sobre data.

Estudos mostram que manter os alunos afastados das salas de aula traz prejuízos às crianças, não só pedagógicos, mas também de ordem psicológica e de segurança — a violência doméstica aumentou na pandemia. Sem falar que amplia o abismo já existente no ensino do país. Segundo a Secretaria municipal de Educação do Rio, 77 mil alunos, que representam 12% do total, não puderam acessar as aulas remotas. O ano deles foi perdido. Mesmo entre os 88% que estudaram à distância, não se sabe o percentual daqueles que efetivamente conseguiram acompanhar as aulas.

Em carta enviada na semana passada aos prefeitos e prefeitas recém-eleitos no Brasil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pede que priorizem a educação e a reabertura segura dos estabelecimentos. “

As escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em qualquer emergência ou crise humanitária. É fundamental empreender todos os esforços necessários para que as escolas de educação básica reabram no início deste ano escolar, em segurança”, diz o documento. O movimento Todos pela Educação também deflagrou uma campanha com orientações às prefeituras para permitir um retorno seguro às salas de aula.

Governos devem aproveitar este início de ano para dar prioridade à educação — o que não aconteceu em nenhum momento dos 11 meses de pandemia. As crianças não estão entre os grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus. Vários países que decretaram lockdown devido à segunda onda de Covid-19 mantiveram escolas abertas.

Os danos de fechá-las vão além do ano perdido. Teme-se que os estudantes que não conseguem acompanhar as aulas acabem deixando a escola. Desalentador para um país em que a educação deveria ser prioridade. Já é fato que a pandemia comprometeu seriamente o presente. Não se pode deixar que comprometa também o futuro.

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