QUEM TEVE COVID-19 PODE TOMAR APENAS UMA DOSE DE VACINA, MOSTRAM ESTUDOS

Mulher recebe dose da vacina da Pfizer contra Covid-19 na Austrália. Foto: STEVEN SAPHORE / AFP.

Quase 30 milhões de pessoas nos Estados Unidos foram infectadas com o novo coronavírus até agora. No Brasil, o número oficial é de pouco mais de 10 milhões, mas com as subnotificações estima-se que pelo menos 20 milhões tenham positivado. Essas pessoas ainda devem ser vacinadas? Dois novos estudos cravam que sim.

Mas também sugerem que, para elas, ao contrário das não infectadas, apenas uma dose da vacina seria suficiente para turbinar seus anticorpos e destruir o vírus — até mesmo as variantes mais infecciosas. A constatação é especialmente relevante para países que enfrentam escassez de insumos, como o Brasil.

Os resultados dos novos estudos — um liderado pelo imunologista Andrew T. McGuire, do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, e outro da Universidade de Nova York (NYU) —  são consistentes com os achados de outras duas pesquisas publicadas nas últimas semanas, uma delas pela Escola de Medicina Icahn do Hospital Mount Sinai, também de Nova York, e outra da Universidade de Maryland.

“Eles oferecem uma explicação forte sobre por que as pessoas que foram previamente infectadas pela Covid-19 devem sim se vacinar”, disse Jennifer Gommerman, imunologista da Universidade de Toronto que não estava envolvida na nova pesquisa.

A resposta imunológica a uma infecção natural é altamente variável. A maioria das pessoas produz grandes quantidades de anticorpos que persistem por muitos meses. Mas há quem apresente sintomas leves de Covid-19 e produzem poucos anticorpos, que caem rapidamente para níveis indetectáveis.

O estudo mais recente, que ainda não foi publicado em um jornal científico, analisou amostras de sangue de pessoas que tiveram Covid-19. Os pesquisadores obtiveram amostras de sangue de 10 voluntários do Seattle Covid Cohort Study, que foram vacinados meses após contrair o coronavírus. Sete dos participantes receberam a vacina Pfizer-BioNTech e três receberam a vacina Moderna.

As descobertas sugeriram que seus sistemas imunológicos teriam dificuldade para se defender do B.1.351, a variante do coronavírus identificada pela primeira vez na África do Sul. Mas a aplicação de uma dose da vacina contra a Covid-19 da  Pfizer-BioNTech ou da Moderna mudaram significativamente o quadro: a dose amplificou a quantidade de anticorpos no sangue em mil vezes: “um impulso enorme”, diz Andrew T. McGuire, imunologista do Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, que liderou o estudo.

Fonte: O Globo

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