Para quem está há muito tempo sem realizar exercícios físicos, por causa da pandemia, a decisão do retorno requer responsabilidade, planejamento e disciplina. Além de verificar se a sua academia está seguindo todos os protocolos de biossegurança, é preciso ter alguns cuidados especiais na volta aos treinos.
Para o professor da academia Pulse Sanderson Silva, o primeiro passo deve ser realizar uma avaliação física. “É muito importante analisar o condicionamento físico e padrão de movimento”, afirma. “A partir daí, são traçados objetivos e metas nesse retorno”.
O profissional de Educação Física ressalta que o recomeço pode não ser fácil, principalmente quando não se consegue desempenhar as atividades com tanta facilidade como antes. “O retorno deve ser gradual, aumentando o volume de treinamento com o passar das semanas e tendo como principal foco a retomada do hábito e a constância”, destaca.
Sanderson também explica que é importante ter passado por avaliação médica recentemente. “Assim podemos ter diagnósticos mais precisos de eventuais problemas de saúde que o aluno possa ter desenvolvido em virtude do sedentarismo ou da ausência de uma rotina de exercícios, como hipertensão, diabetes, dislipidemia [elevação de colesterol e triglicerídeos ou a diminuição dos níveis de HDL]”.
E como escolher o tipo de exercício mais indicado neste retorno? Para o professor, depende do perfil de cada aluno. Mas principalmente para quem tem mais dificuldade de manter uma rotina, a recomendação é sempre buscar atividades que deem mais prazer. “Pode ser musculação, dança, corrida, tênis, futebol, pedal, basquete… Enfim, alguma atividade que você se sinta bem ao praticar”, diz.
De qualquer forma, Sanderson recomenda atividades de força (musculação) de duas a três vezes por semana, porque não têm finalidade apenas estética, mas de fortalecimento do sistema muscular, minimizando os riscos de lesões e melhorando o desempenho nas outras modalidades que o aluno gosta. “É muito importante também para dar todo o suporte às atividades da vida diária”.
Para pessoas que tiveram Covid-19 há pouco tempo e querem recomeçar os treinos, o profissional alerta que é preciso, antes de prescrever qualquer exercício, entender o grau de acometimento e os efeitos deixados pela doença. “Como atinge principalmente o sistema respiratório, nos deparamos com alunos com cansaço ao realizar o mínimo de esforço, dores articulares, indisposição”, ressalta.
“O ideal é desenvolver uma linha de treinamento gradual, buscando uma maior frequência do aluno nos exercícios, melhorando seu condicionamento físico, sempre tendo como base a avaliação física e seu relato pós-Covid, para minimizar as sequelas desta doença que já afetou tantas pessoas no mundo”, orienta o professor.
