PAPA DEFENDE SUSPENSÃO DE PATENTES DAS VACINAS CONTRA COVID-19

Foto: Vatican News

papa Francisco defendeu a suspensão temporária de patentes das vacinas contra covid-19 neste sábado, 8. A medida, defendida por governos de países como Índia e África do Sul e pela Organização das Nações Unidos (Onu), ganhou nesta semana o apoio público do presidente norte-americano Joe Biden.

No evento beneficente Vax Live, o líder da Igreja Católica afirmou que o mundo está infectado pelo “vírus do individualismo”. “Uma variante desse vírus é o nacionalismo fechado, que impede, por exemplo, a internacionalização das vacinas”, disse, em um vídeo pré-gravado exibido na transmissão ao vivo.

“Outra variante é quando colocamos as leis do mercado ou da propriedade intelectual acima das leis do amor e da saúde da humanidade. Outra variante é quando acreditamos e fomentamos uma economia doente que permite que algumas pessoas muito ricas possuam mais do que todo o resto da humanidade, e que modelos de produção e consumo destruam o planeta, nossa casa comum”, acrescentou.

O pontífice também se manifestou neste sábado sobre a vacina nas redes sociais. “O coronavírus produziu morte e sofrimento, afetando a vida de todos, especialmente dos mais vulneráveis. Por favor, não se esqueçam dos mais vulneráveis”, postou junto das hashtags #VaxLive (referente ao show beneficente que apoiou) e  #UmaVacinaParaosPobres.

O governo brasileiro também passou a apoiar as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre o assunto. A nova posição foi divulgada no fim da tarde da sexta-feira, 7, em nota conjunta dos Ministérios das Relações Exteriores, da Saúde, da Economia e de Ciência, Tecnologia e Inovações.

A medida é defendida pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, há meses em meio a negociações na OMC. Em reunião na quarta-feira, 5, a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, disse que a suspensão é uma “questão tanto moral quanto econômica” e que está convencida de que um “caminho pragmático a seguir é possível”.

Entre parte dos países europeus, a ideia trouxe ceticismo, especialmente porque não traria uma solução em curto prazo. O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, por exemplo, comentou que a fabricação de parte das vacinas, especialmente das que usam o chamado RNA mensageiro, como a da alemã BioNtech com a Pfizer, é complicada. Porém, ao falar sobre a necessidade de mais doses em países em desenvolvimento, apenas afirmou que eles deveriam “exportar mais”./AP, AFP E REUTERS / Estadão Conteúdo.

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