Foto: REUTERS/Jon Nazca
Um adolescente marroquino chegou à costa de Ceuta com garrafas de plástico amarradas ao corpo depois de atravessar, a nado, a fronteira do Marrocos com a Espanha. Um vídeo (veja abaixo) mostrando a chegada do rapaz mostra um jovem exausto e desesperado chegando à praia. Logo ele é escoltado por militares espanhóis.
Os soldados falam com o menino, que chora desesperadamente ao perceber que tudo foi em vão, pois ele será imediatamente devolvido ao Marrocos. Depois de tirar as “boias artesanais”, ele corre, quase sem forças, para a praia de El Tarajal, em Ceuta, para tentar escalar um paredão de rocha. Os militares se aproximam do jovem para tentar tranquilizá-lo e o levam de volta à fronteira.
A polícia recolheu hoje o corpo de uma pessoa que estava boiando nas águas de Ceuta. Esta seria a segunda morte desde que começou a chegada em massa dos migrantes nesta semana.
Desde segunda-feira, 8.000 migrantes entraram em Ceuta, graças ao relaxamento do controle do lado marroquino, em meio de uma disputa diplomática entre Rabat e Madri pela assistência médica prestada pela Espanha ao líder separatista do Saara Ocidental – território que Marrocos considera como seu.
Dois terços das pessoas foram mandados de volta para o Marrocos, segundo as autoridades espanholas, incluindo crianças desacompanhadas de até sete anos de idade. A maioria dos deportados afirma às autoridades que vai tentar voltar. Nesta quarta-feira à tarde, alguns tentaram de novo.
As autoridades espanholas elevaram ainda mais o tom, denunciando uma “agressão” e uma “chantagem” por parte de Rabat, embora no terreno, as relações parecem estar se reconstruindo timidamente para acelerar o retorno dos migrantes.
Mas esse retorno não extingue as esperanças de muitos. “Um dia tentarei a sorte novamente e terei sucesso”, estimou Hassan, de 17 anos, que “sonha em morar na Europa”.
UOL