GOVERNO ESTUDA PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA PARA CONSTRUIR UMA NOVA CEASA

Foto: Reprodução

A Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Norte (SAPE)/RN pretende agilizar medidas que garantirão melhorias às Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa/RN), após o registro de focos de incêndio no galpão de uma das lojas do local, no último dia 20. A SAPE, que é responsável pela Ceasa, não deu detalhes sobre quais melhorias serão realizadas, mas afirmou que elas devem conferir mais eficiência aos serviços. A pasta explicou também que estuda a construção de um novo espaço para abrigar as Centrais de Abastecimento do Estado.

“O Rio Grande do Norte precisa de uma nova Ceasa. Na atual já não cabe nenhum tipo de ampliação e o Governo do Estado estuda um novo projeto”, afirma o secretário de Agricultura e Pesca do RN, Guilherme Saldanha. Segundo ele, no entanto, o espaço atual permanecerá, mesmo se houver a concretização de um novo local. “A Central de Natal vai continuar”, esclareceu. Saldanha evitou falar sobre como seria o novo espaço, mas adiantou que as obras demandariam a adoção de uma parceria público-privada (PPP).

Ele disse também que a construção ocorreria em uma área fora da capital. “Essa nova Central precisa estar numa rodovia duplicada, ou seja, entre Natal e São José de Mipibu (BR-) ou entre Natal e Macaíba (BR-304). Aqui na capital já temos muitos problemas no trânsito. Na própria Ceasa, eles se multiplicam todas segundas, quartas e sextas-feiras. Natal não comporta uma nova Central”, pontuou.

Com relação ao espaço atual, Saldanha destaca que as ações estão concentradas nas melhorias, uma vez que, segundo ele, não há como realizar obras de ampliação. “A possibilidade de ampliar a área é zero, mas pensamos em uma série de ações que envolvem o fluxo de pedestres e caminhões. Essas melhorias serão feitas junto à gestão, com a participação das pessoas que estão lá dentro. Temos conversado bastante com os permissionários sobre essas intervenções”, indica Saldanha.

O espaço que reúne atualmente as centrais de abastecimento do Rio Grande do Norte possui mais de 500 lojas e 420 empresas (CNPJ e Pessoa Física). O número discrepante se justifica pelo fato de que uma única empresa pode ter mais de uma loja, segundo dados da própria Ceasa/RN. Além disso, são 9 mercados permanentes, 6 mercados livres e 19 especiais. O movimento em dias de pico (segunda, quartas e sextas) é de 15 mil pessoas em média e de 7 mil em dias normais.

Memória

Em 2016, o então governador do Estado, Robinson Faria, chegou a anunciar que a Central de Abastecimento do Estado (Ceasa/RN) seria transferida de local: deixaria o espaço atual, no bairro de Lagoa Nova em Natal e ocuparia um novo terreno, em Parnamirim, na região Metropolitana. Na ocasião, a direção da Ceasa confirmou à TRIBUNA DO NORTE que havia começado a procurar um terreno no município vizinho para as novas instalações.

O atual secretário de Agricultura e Pesca do Estado informou que esse plano está descartado. A informação foi corroborada pelo presidente da Associação dos Permissionários (Assucern) da Ceasa/RN, Raimundo Nonato. “Qualquer retirada de uma central da capital requer um espaço maior do que já temos e que ofereça condições de as pessoas irem até lá. Então, chegou-se a uma conclusão, numa conversa entre o Estado e os permissionários, de que seriam feitas melhorias na área atual. E esse sempre foi o nosso pleito”, garantiu Nonato.

Ele explicou que uma provável mudança seria muito prejudicial para as próprias Centrais de Abastecimento, que poderiam acumular perdas. “Aquele local [no bairro de Lagoa Nova] é muito estratégico para atender a todas as regiões da cidade. Se tiver que ir para outros municípios na Grande Natal, as pessoas vão começar a criar pequenas centrais de compra em outros locais aqui mesmo na cidade. A Ceasa iria ficar distante, porque as pessoas que frequentam nosso espaço são pequenos comerciantes que chegam lá às 4h pra retornar às 6h. Às 7h, eles costumam abrir seus comércios”, aponta.

Raimundo Nonato declarou que as cobranças em torno das obras de melhoria para a Ceasa estão direcionadas à infraestrutura, com pedido de atenção especial para a parte hidráulica e elétrica. “A gente sequer sabe o que motivou o incêndio esta semana – pode ter sido algo relacionado à energia elétrica. Precisamos ficar atentos, porque um fato como esse acende uma luz vermelha para todos, principalmente pela proporção que foi”, alertou.

Também há cobranças relacionadas à impermeabilização do solo. “O saneamento foi concluído e todas as lojas já fizeram a ligação para o atual sistema [de saneamento]. “Agora estamos esperando que o Governo faça a impermeabilização, conforme foi pedido pelo Ministério Público, e é uma necessidade nossa”, disse Nonato. Ele acrescentou, no entanto, que não há nenhuma previsão, feita por parte do Governo, de quando essas solicitações serão atendidas.

Tribuna do Norte

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