BRASIL REGISTRA 1ª CIRURGIA CONTRA DIABETES TIPO 2 FEITA COM ROBÔ

Foto: Divulgação

O empresário Edmilson Dalla Vecchia Ribas, 61 anos, foi o primeiro paciente com diabetes do tipo 2 submetido à cirurgia metabólica robótica em todo o mundo. A intervenção foi realizada no mês de julho, no Hospital Marcelino Champagnat, ligado à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em Curitiba.

“Já saí do hospital sem tomar insulina”, disse Ribas hoje (2) à Agência Brasil. “Foi uma grande vitória. A recuperação foi muito rápida. Eu já estou com a vida normal, dirigindo, trabalhando, perdendo peso. Foi uma cirurgia com muito sucesso”.

Hoje, ele se considera curado. “É uma vitória da medicina e do doutor Alcides. É realmente um cara bom no que faz”. Ribas se referia ao médico cirurgião do aparelho digestivo Alcides Branco, responsável pela cirurgia metabólica e pioneiro na técnica robótica.

Em entrevista à Agência Brasil, o médico disse que o uso do robô trouxe mais segurança e resultado para os pacientes. Antes, se fazia uma incisão na barriga do paciente, seguiu-se a laparoscopia por vídeos – técnica cirúrgica minimamente invasiva, na qual pequenas incisões são feitas na região abdominal – e, agora, a cirurgia com ajuda de robôs. “Isso trouxe uma qualidade em termos de pós-operatório e os pacientes têm um resultado muito positivo”, comentou o médico.

A cirurgia metabólica é uma cirurgia do trato gastrointestinal – com uso de técnicas da bariátrica – para tratar o diabetes tipo 2.

Outros três pacientes já estão cadastrados para fazer a cirurgia com auxílio do robô. Segundo o médico, a doença tem um vasto tratamento clínico, mas há uma porcentagem pequena de pacientes que não responde ao uso de medicamentos.

“O robô é uma ferramenta nova que veio somar no tratamento cirúrgico no diabetes, trazendo mais qualidade cirúrgica, mais segurança, resultados e melhor performance. Faz parte da evolução.”

CIRURGIA

Na cirurgia robótica, o cirurgião controla um robô com quatro braços mecânicos equipados com diversos instrumentos médicos através de um painel de controle na sala de cirurgia. O equipamento possui câmeras que entregam imagens em 3D, ampliadas em até 20 vezes, com braços articulados em até 360º, o que permite maior liberdade e controle de movimento.

Entre as principais vantagens, o uso do robô garante maior precisão de movimentos e uma cirurgia menos invasiva, com redução de tempo de cirurgia e recuperação do paciente mais rápida que nos métodos convencionais com videolaparoscopia.

Recém-saído da cirurgia, o empresário Edmilson Ribas recomenda a intervenção com auxílio de robô para quem tem diabetes 2 e, como ele, não conseguia melhorar, apesar dos medicamentos e da insulina.

“A guerra do diabetes com o paciente é desigual. A gente luta contra ela, mas ela vai vencendo. É uma doença silenciosa, que não tem sintomas aparentes e quando você vê, foi tudo embora. O teu rim, o olho. Isso [cirurgia] foi uma esperança para nós, diabéticos. Era uma luz no fim do túnel que a gente não sabia quando ia se dar essa cura”.

Agência Brasil

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