PASSAGEIROS DE CRUZEIRO SUSPENSO POR SURTO DE COVID-19 BRIGAM POR COMIDA DURANTE ESPERA POR VIAGEM

Foto: Reprodução

Cerca de dois mil passageiros aguardavam pelo embarque do cruzeiro MSC Splendida, que tinha previsão para sair do Porto de Santos na noite deste domingo (2), mas teve a viagem suspensa após um comunicado aos passageiros. Durante as sete horas de espera, os passageiros relatam tumultos, pouca informação e até confusão por comida que estava sendo servida pela companhia.

Um vídeo mostra uma multidão aglomerada tentando pegar um pedaço da pizza que passou a ser distribuída para pessoas que estavam sem se alimentar. Apesar do anúncio aos passageiros ter sido feito apenas durante a noite, a Anvisa informou que a embarcação já havia sido notifica no sábado (1º) sobre o impedimento de embarque. O MSC Splendida já havia tido sua operação interrompida no último dia 30, com passageiros isolados em suas cabines.

De acordo com a Anvisa, as investigações conduzidas nos últimos dias demonstram que o vírus Sars-Cov-2 se espalha facilmente entre pessoas próximas a bordo de navios e a chance de contrair Covid-19 nos cruzeiros é alta.

O g1 conversou com passageiros que estavam no Terminal Marítimo de Passageiros da cidade (Concais) desde a manhã, aguardando pela autorização do embarque. Um dos passageiros ouvidos é o engenheiro civil Victor Costa, de 38 anos, que estava com a esposa e duas filhas pequenas.

A família viajou de Cabreúva (SP) até Santos. “Saímos de casa às 3h e chegamos às 10h30 naquela sala de espera para o embarque. Dentro do possível, estava bem organizado”, avaliou. No entanto, as horas foram passando e nenhuma informação chegava aos passageiros.

“Acabou a comida em todas as lojas de conveniência, não tinha mais nada. Começaram a servir lanches, mas muito pouco. Foi uma espera eterna”, comentou o engenheiro, que ficou cerca de oito horas no terminal.

Ele foi o autor do vídeo que mostra uma distribuição de pizzas entre as pessoas que aguardavam no terminal. Nas imagens, é possível ver que uma aglomeração tenta chegar aos funcionários para pegar o alimento (veja vídeo no início da matéria). Uma pessoa grita: “Que humilhação!”, para a aglomeração.

Victor afirma que não pretende remarcar o cruzeiro e quer reembolso. “De maneira nenhuma pretendo remarcar, não sabemos como vai ser. Sabíamos que tinha tido casos, mas achamos que já estava tudo regularizado”, diz.

Danielle Lima da Silva, 29 anos, veio de Jundiaí (SP) com um grupo de seis pessoas, que chegou ao terminal às 12h. Segundo ela, a organização com os exames para Covid-19 e despacho das malas não seguiu na sala de espera. “Depois disso, ninguém sabia de mais nada”, reclamou.

Por volta de 14h, a passageira diz que todos foram informados que o embarque iria atrasar pois a MSC ainda não tinha a liberação da Anvisa. “Tinha muita gente sentada no chão, bebês deitados no caminho. As comidas da lanchonete acabaram por volta de 17h30”, contou.

“As pessoas começaram a ficar nervosas, vários princípios de tumulto. Muita gente implorando por um pedaço de pizza”, disse a passageira.

g1

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