“VIRAMOS UM PAÍS DE OFENSAS”, DIZ BARROSO APÓS SER INTERROMPIDO EM OXFORD

Foto ilustrativa: Carlos Moura/SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou neste sábado (25) que o Brasil se tornou um “país de ofensas”, após ser interrompido em um evento no Reino Unido, quando defendia o processo eleitoral brasileiro. Barroso dizia que, quando presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2020 e 2022, precisou “oferecer resistência aos ataques

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou neste sábado (25) que o Brasil se tornou um “país de ofensas”, após ser interrompido em um evento no Reino Unido, quando defendia o processo eleitoral brasileiro.

Barroso dizia que, quando presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2020 e 2022, precisou “oferecer resistência aos ataques contra a democracia e impedir esse abominável retrocesso que seria a volta do voto impresso com contagem pública manual, que sempre foi o caminho da fraude no Brasil”.

Neste momento, o ministro foi interrompido por um homem e uma mulher, que disse ser “mentira” que os críticos das urnas eletrônicas pedem contagem manual. Barroso respondeu que ela poderia pesquisar a informação na internet e que ele estava citando apenas um fato.

“O discurso oficial era, abro aspas, ‘voto impresso, com contagem pública manual’, fecho aspas. É só olhar”, afirmou Barroso. “Com todo respeito, se você entrar em qualquer lugar, vai ouvir do presidente da República, e da autora da proposta, que queria voto impresso com contagem pública manual. Esse é um fato. A partir daí, cada um pode achar o que quiser, mas esse é um fato.”

Ao falar sobre a interrupção, o ministro acrescentou: “Esse é um dos problemas que nós estamos vivendo no Brasil, um déficit imenso de civilidade.”

“Uma coisa que aconteceu no Brasil é que o pensamento conservador, que é legitimo, foi capturado pela grosseria, ofensa, pela falta de respeito. O sujeito fala em nome de Deus ‘eu quero que você morra’, tudo contrário ao que o cristianismo prega. Portanto, acho que um choque de civilidade é o que precisamos”, disse Barroso. “Precisamos regatar a capacidade de divergir com respeito, viramos um pais de ofensas.”

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nos últimos anos a aprovação de uma PEC que implementaria um sistema de impressão de voto na urna eletrônica, que, então, seria contado. O projeto foi votado no plenário da Câmara em 2021, mas não obteve os votos necessários para ser aprovado.

CNN Brasil

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