‘ALGUÉM TEM QUE COLOCAR JUÍZO NA CAMPANHA DO LULA’, DIZ SIMONE TEBET

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A ex-candidata do MDB a presidente, Simone Tebet, disparou mensagens no fim de semana a amigos e a interlocutores de partidos que apoiam Lula afirmando que “alguém tem que colocar juízo na campanha do Lula”. Tebet declarou voto no petista na semana passada e seu apoio é considerado fundamental. A senadora, no entanto, está tensa com o que considera equívocos da campanha de Lula no segundo turno.

Ela acha um erro, por exemplo, que militantes entoem no comício o refrão “Vai dar PT, vai dar, vai dar PT, vai dar”.

“Não é vai dar PT. O povo está votando contra [Jair] Bolsonaro, e não no PT”, afirmou ela em uma das mensagens.

Para Tebet, é preciso “tirar o vermelho da rua” pois as imagens assustariam eleitores do “interior de SP” e de “estados no CO [centro-este], sul e norte”.

A letra da canção entoada por militantes petistas é de autoria de MC Rahell e não tem relação com o partido. PT, neste caso, significa “perda total”, expressão usada para descrever pessoas que passam mal após uma bebedeira.

O funkeiro já afirmou em entrevista que compôs a letra quando ainda trabalhava como garçom e que nem pensou numa possível associação com o Partido dos Trabalhadores. Lançado em 2017, o hit foi adotado agora por apoiadores do petista na campanha deste ano.

Em suas mensagens, a senadora afirmou também que Lula precisa com urgência protagonizar “grandes eventos voltados para as mulheres”, o que, segundo informou, já estaria sendo preparado pela campanha de Bolsonaro, com a senadora eleita Damares Alves e a primeira-dama Michelle Bolsonaro à frente.

As ponderações de Simone Tebet tiveram eco entre os aliados, que acham que há petistas “cegos” no entorno de Lula, e que mesmo ele não percebe que, neste momento, além de emocionar seus próprios eleitores e manter apoios, tem que conquistar o percentual de pessoas que rejeitam Bolsonaro –mas que ainda não se convenceram a votar em Lula.

Simone Tebet ficou em terceiro lugar no pleito presidencial. Ela partiu de uma candidatura praticamente desconhecida e cresceu durante a campanha e ultrapassou Ciro Gomes (PDT), conquistando 4,9 milhões de votos, ou 4,16% do total de votos válidos, quando são descontados os brancos e nulos.

Folha de São Paulo

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