Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a tomar o depoimento do senador Marcos do Val (Podemos-ES) após ele afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria o coagido para dar um golpe de Estado.
O ministro deu um prazo de 5 dias.
“Conforme amplamente noticiado, o senador divulgou em suas redes sociais ter recebido proposta com objetivo de ruptura do Estado Democrático de Direito, circunstância que deve ser esclarecida no contexto mais amplo desta investigação, notadamente no que diz respeito a eventual intenção golpista, o que pode caracterizar os crimes previstos nos arts. 359-M (golpe de Estado) e 359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) do Código Penal”, disse Moraes.
O ministro acatou um pedido feito pelo delegado Raphael Astini. O delegado atua no inquérito que investiga o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública distrital, Anderson Torres, nos atos criminosos de 8 de janeiro.
Em uma live e em entrevistas, Do Val afirmou que participou de uma reunião com Jair Bolsonaro e o deputado federal Daniel Silveira no dia 9 de dezembro do ano passado e que o então presidente pediu que ele gravasse conversas de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, com o objetivo de flagrá-lo em alguma declaração.
Nova versão
Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (2), Do Val apresentou nova versão e afirmou que não foi coagido por Bolsonaro, que teria ficado calado durante a reunião com Silveira.
Marcos do Val também disse que o ex-deputado federal Daniel Silveira o levou á reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar sobre um golpe de Estado.
Do Val também confirmou que avisou o ministro do STF Alexandre de Moraes sobre o plano. De acordo com o relato do senador, a ideia de Silveira, apresentada a Do Val e Bolsonaro na reunião, incluía grampear Moraes em busca de gravações comprometedoras do ministro.
CNN Brasil