Mãe de criança com autismo chora em desabafo após esperar há mais de um ano por auxiliar em CMEI de Natal: “Não tem inclusão”

Foto: Reprodução

O desabafo da mãe de uma criança com autismo emocionou os participantes de uma audiência pública realizada nesta sexta-feira (28) na Câmara Municipal de Natal. Moradora do bairro Pajuçara, na Zona Norte da capital potiguar, Josieni Conceição relatou que sua filha Gabriela, de 3 anos, está tendo negado há mais de um ano o acesso a terapias fundamentais para o tratamento.

A filha de Josieni estuda no CMEI Santa Cecília, no Pajuçara. Por ter autismo, ela precisaria ter a assistência de um auxiliar terapêutico dedicado a ela na sala de aula, mas a turma só possui um profissional do sexo masculino – que atende Gabriela e uma outra criança. Ela disse não ter recebido da Secretaria Municipal de Educação de Natal (SME) nenhum prazo para a contratação do auxiliar.

Outro problema relatado pela mãe é a dificuldade no acesso a terapias. Ela conta que o próprio diagnóstico foi fechado através do plano de saúde, por causa da dificuldade de obter o atendimento pelo SUS.

A audiência pública ocorreu no plenário da Câmara para discutir a importância da intervenção precoce nos casos de autismo. A proposição foi do vereador Dickson Nasser Júnior (PDT) e contou com a participação de representantes de várias entidades.

No plano, o neuropediatra que fechou o diagnóstico de autismo recomendou que a criança tenha a assistência de fonoaudiólogo, psicólogo e terapeuta ocupacional. A mãe relata que o plano de saúde tem oferecido apenas 30 minutos do acompanhamento por semana, e de maneira coletiva, o que é insuficiente.

Ela relata que também procurou a Justiça para que a filha receba o atendimento, mas teve o pedido rejeitado em parte.

“A Secretaria de Educação não é inclusiva coisa nenhuma. Se minha filha não tem auxiliar, não tem inclusão. Não é colocar uma criança em sala se não tiver adaptação para ela. Eu estou aqui brigando, dizendo que eu não vou desistir. Eu e muitas mães acordamos para a realidade dessa sociedade e não vamos desistir dos direitos de nossos filhos”, afirmou a mãe, durante a audiência.

A Secretaria de Educação de Natal foi procurada pela reportagem. Quando a pasta se pronunciar, esta matéria será atualizada.

Portal 98 FM

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