Foto: MST / Reprodução
Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) ocuparam nesta segunda-feira (17), em Natal, a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio Grande do Norte. Atos semelhantes ocorrem em outros estados do País.
Em nota, o MST afirmou que a ocupação relembra a morte de 18 sem-terra pela Polícia Militar, em 17 de abril de 1997, em Eldorado dos Carajás, no Pará. O movimento diz que estão sendo “ocupadas” terras “que não cumprem a função social da propriedade” e cobra o assentamento de famílias acampadas em todo o País.
“Nesses 27 anos de memória, nos mobilizamos contra a fome e a escravidão, em enfrentamento ao agronegócio, que não produz alimentos para a mesa do povo brasileiro e prejudica cada vez mais o meio ambiente, levando o Brasil ao ranking mundial de países que consomem agrotóxicos e desmatando 97% da vegetação nativa nacional”, afirma o movimento.
O MST destaca que o Rio Grande do Norte possui cerca de 20 mil famílias assentadas e 3 mil famílias acampadas, distribuídas em 50 acampamentos de todas as regiões do Estado. “Nesse sentido, reivindicamos o assentamento dessas famílias, a exemplo das terras da antiga usina açucareira São Francisco, em Ceará-Mirim, onde temos famílias acampadas há 17 anos, resistindo para conquistar terra, casa e trabalho”, afirma o MST.
“Vivenciamos anos de muitas perdas, retrocessos e ataques que violaram nossa democracia, e por isso ressaltamos que a reforma agrária popular é o caminho para sair da crise”, enfatiza o MST.
A superintendência do Incra informou que uma reunião está marcada com os manifestantes para a tarde desta segunda (17).
98 FM Natal