Foto: Cesar Perez/Handout via Reuters
Duas freiras que trabalhavam em uma casa de repouso na Nicarágua foram expulsas do país esta semana, em meio a uma repressão de longo alcance contra líderes da oposição, jornalistas e a Igreja Católica por parte do governo do presidente Daniel Ortega.
O presidente autoritário mirou no clero de seu país, chamando os bispos da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) de “terroristas”. Ortega acusa a Igreja Católica de apoiar protestos antigovernamentais em 2018, que seu governo rotulou de “tentativa de golpe”.
As freiras, ambas cidadãs costa-riquenhas, chegaram à Costa Rica na quarta-feira (12), segundo a Diocese de Tilarán-Libéria.
As irmãs Isabel e Cecilia Blanco Cubillo, da congregação Dominicas de la Anunciata, administravam uma casa de repouso na Nicarágua, segundo o bispo Manuel Eugenio Salazar Mora.
Salazar Mora pediu aos apoiadores que orassem pela igreja e por um bispo da Nicarágua chamado Rolando Álvarez, que foi preso em fevereiro.
O sistema de justiça da Nicarágua condenou Álvarez, um crítico veemente do governo, a mais de 26 anos de prisão por crimes como minar o Estado e a sociedade nicaraguense e por supostamente espalhar notícias falsas.
Sem defesa, o bispo não conseguiu refutar as acusações.
Ortega e seu governo desencadearam uma campanha de terror político no país.
Dezenas de milhares de nicaraguenses fugiram de sua terra natal para evitar a perseguição desde 2018, quando o governo de Ortega reprimiu protestos generalizados contra o regime, matando centenas de pessoas, ferindo milhares e detendo muitas arbitrariamente, de acordo com a Human Rights Watch.
Na época, os manifestantes e suas famílias às vezes buscavam refúgio de ataques de forças pró-governo dentro das igrejas e catedrais do país.
CNN Brasil
Cadê o papa da igreja católica.