Foto: Ricardo Stuckert
Depois de realizar 10 viagens internacionais, passar 26 dias fora do Brasil e fazer uma reunião em Brasília com líderes latino-americanos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, decidiu trocar o avião que serve ao Palácio do Planalto. O petista testou e gostou de um equipamento maior e pediu que a FAB (Força Aérea Brasileira) faça uma reforma para adaptá-lo. O projeto inicial será apresentado ao presidente nesta 4ª feira (31.mai.2023) durante almoço com o alto comando da Aeronáutica.
O novo avião será um Airbus A330-200, comprado em 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) por US$ 80 milhões (cerca de R$ 400 milhões pela taxa de câmbio atual), da companhia aérea Azul. Substituirá o atual “Aerolula”, um Airbus A319CJ. O A330-200 havia sido comprado para uso militar, inclusive com a previsão de ser equipado para abastecer caças em voo. Há algumas restrições na FAB em relação a ceder o novo avião, mas Lula já decidiu e a troca será efetuada.
O objetivo principal e oficial é ganhar mais autonomia nas viagens presidenciais, especialmente as intercontinentais, o que daria a Lula também maior conforto. O Ministério da Defesa elaborou o projeto, que ficará a cargo da Aeronáutica.
O “Aerolula” atual tem compartimentos para o casal presidencial (quarto e banheiro privativo, com chuveiro), mas é um avião mais apertado. No novo equipamento, o aposento com cama de casal será maior. E haverá também uma sala mais ampla para reuniões durante a viagem, quando Lula poderá receber os convidados para conversar.
Segundo o Poder360 apurou, o item mais caro a ser instalado deverá ser o sistema de internet a bordo. Isso porque toda a fuselagem teria de ser desmontada para que os cabos pudessem passar pela aeronave. Ocorre que esse item é imprescindível, pois o presidente não poderia passar até 12 horas sem ter como se comunicar com Brasília.
A atual aeronave presidencial tem capacidade de voo de cerca de 7.000 km. Já a substituta poderá percorrer o dobro de distância non-stop. Isso fará com que o presidente perca menos tempo em seus deslocamentos, já que poderá fazer menos escalas, especialmente nas viagens para a Ásia. Essas paradas costumam ser mais demoradas do que em voos comerciais. Por motivos de segurança, a checagem do jato presidencial é completa e não só para abastecer.
Quando foi à China, em abril, Lula fez escalas em Lisboa, Portugal, e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, antes de chegar a Xangai. Na volta, partindo de Pequim, o presidente parou novamente nos 2 países. Os trajetos demoraram mais de 30 horas.
Na viagem ao Japão, em maio, o chefe do Executivo parou na Cidade do México e no Alasca, Estados Unidos, antes de desembarcar em Hiroshima. Na volta, também parou nos mesmos lugares. Neste caso, o presidente e sua comitiva tiveram cerca de 26 horas de viagem.
Diante do longo tempo de deslocamento, integrantes do governo começaram a discutir uma solução. Com a idade avançada, Lula tem ficado muito cansado com as longas viagens, segundo relatos.
Poder 360