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O Rio Grande do Norte tem 27.492 pessoas na fila de espera por cirurgias eletivas em todo o estado. Os dados foram repassados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) ao Ministério da Saúde.
Uma das vítimas dessa situação é Francisco Mendes da Silva, de 85 anos, que há cerca de seis meses está internado no Complexo de Saúde Professor Severino Lopes, em Natal, a espera de uma cirurgia cardíaca. Ele chegou a passar o próprio aniversário dentro da unidade.
“Já está ficando insustentável essa situação, essa espera…A situação de saúde dele só piora. É uma situação difícil, ele pode ter uma morte súbita a qualquer momento. Inclusive a saúde mental dele já está sendo agravada pela saudade, pela privação de liberdade, por estar esse tempo todo internado”, lamentou a filha dele, Maria do Céu Fernandes da Silva.
Segundo o Ministério da Saúde, 6.676 cirurgias estão previstas para ocorrer dentro da fase atual do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF). O repasse total é de R$ 10 milhões – metade para o estado e metade para os municípios.
Esse número, no entanto, não é considerado suficiente para reduzir drasticamente a fila, segundo avalia a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do RN (Cosems RN), Maria Eliza Garcia. Pela avaliação dela, com esse repasse, o estado conseguirá realizar cerca de 6% das cirurgias eletivas.
A titular da Sesap, Lyane Ramalho reconheceu a quantidade de cirurgias que serão realizadas nessa primeira fase como menor que o necessário, mas disse que o teto do programa do governo federal está aberto em caso de cumprimento dessa fase atual para dar conta da demanda.
Ela citou que no ano passado o plano estadual realizou cerca de 20 mil cirurgias eletivas. “O plano estadual tem o foco naquelas cirurgias que a gente não pode de jeito nenhum descuidar, que são as urológicas, vasculares, ortopédicas, de ostomia, então a gente tem esse foco”.
Ela diz que dos R$ 5 milhões que serão investidos pela Sesap através do programa federal, nessa primeira fase R$ 1,7 milhão foi recebido.
“A gente está organizado com os serviços municipais, filantrópicos e estamos totalmente divididos para as que as cirurgias gerais possam estar totalmente distribuídas do ponto de vista regional. E temos nove meses para fazer. Quanto mais rápido fizermos essas cirurgias, mais rápido vamos ter um novo recurso”, disse Lyane Ramalho.
“Ficou claro que virá mais recursos para o programa de cirurgia federal, basta que a gente cumpra a nossa parte”.
‘Grande gargalo’
A presidente do Cosems avalia que as cirurgias eletivas são “o grande gargalo” do Sistema Único de Saúde (SUS) atualmente. “Nós vamos receber na portaria R$ 10 milhões, valor esse que só vai responder a 6% das cirurgias eletivas de média complexidade”, disse.
“Hoje no estado nós temos mais de 27 mil pessoas esperando por cirurgias eletivas, de média
g1/RN