Foto: Igor Jácome/G1
Embalagem de bolo e garrafa de plástico PET improvisados como máscara de oxigênio. Bebês embalados em sacos plásticos por falta de incubadoras. Estetoscópio transformado em respirador. A imagem que chocou o país na última semana, não é raridade.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o improviso é um reflexo da falta de infraestrutura e de leitos para atender crianças, que teve redução de 28% nos últimos 13 anos.
Nesta semana, um bebê foi atendido por uma médica que usou uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio no Rio Grande do Norte. O menino teve diagnóstico de bronquiolite – que afeta as vias respiratórias – e precisava urgente de um leito de UTI para suporte respiratório, que não estava disponível. Com isso, a médica usou a criatividade para salvar a vida do bebê.
Essa não é a primeira vez que médicos e pacientes pediátricos são colocados à prova pela falta de estrutura. Veja abaixo histórias pelo país:
Estetoscópio vira respirador para bebê
Em 2014, um médico no Amapá teve de transformar um estetoscópio, aparelho usado para auscultar pulmão e coração, em respirador para socorrer um bebê. A criança estava no respirador, mas precisava ser extubada. O bebê, no entanto, não suportou ficar fora do suporte e sem equipamentos no hospital para a ventilação não invasiva, o médico teria que fazer uma traqueostomia – procedimento cirúrgico.
Para evitar a intervenção, o médico teve de usar a criatividade: transformou um estetoscópio em respirador.
Sacos de lixo por falta de incubadora
Em 2015, uma equipe médica teve de enrolar bebês gêmeos que nasceram prematuros em sacos de lixo por falta de incubadora. Eles nasceram no interior de Maranhão e precisaram ser transferidos para a capital pela falta de estrutura, mas não havia equipamentos para manter o isolamento térmico e os médicos improvisaram com sacos de lixo para manter as crianças vivas. (Veja a imagem acima)
Sem gerador, médicos usam celular para fazerem procedimentos em maternidade no Piauí
Em 2019, o gerador de uma maternidade no Piauí não funcionou e os médicos que atendiam tiveram que usar o celular como iluminação em procedimentos cirurgicos.
Incubadora com recipiente plástico
No Amapá, em 2019, uma recém-nascida prematura foi mantida viva com a ajuda de uma incubadora improvisada com um recipiente de plástico. Ela era uma das quatro crianças que precisavam do equipamento, mas apenas uma no hospital estava funcionando.
Com isso, os médicos tiveram que improvisar para salvar as crianças e as colocaram em incubadoras improvisadas.
Crianças vítimas da falta de estrutura
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), os casos são inúmeros e os relatados acima são apenas uma parte da realidade do atendimento infantil no país. O conselho aponta que a falta de leitos pediátricos é um dos maiores desafios para a saúde pública no país. Com informações do G1/Saúde.