Peeling de fenol: Entenda tratamento arriscado que pode ter levado empresário à morte

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

O empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, morreu após realizar um procedimento estético conhecido como peeling de fenol na última segunda-feira. Ele passou pela intervenção no Studio Natalia Becker, no Campo Belo, Zona Sul de São de Paulo. Segundo a Polícia Civil, uma das suspeitas investigadas é a de que Chagas possa ter tido algum tipo de reação alérgica ao tratamento e morrido por “choque anafilático” pelo uso de alguma substância química.

Natalia Fabiana de Freitas Antonio, que se identifica nas redes sociais como Natalia Becker, é dona da clínica e é procurada pela investigação para ser ouvida sobre o ocorrido. O caso, que havia sido registrado como “morte suspeita” no 27º Distrito Policial (DP), passou a ser investigado como “homicídio”, segundo informou nesta terça (4) a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

De acordo com o boletim de ocorrência obtido pelo Globo, Henrique estava trêmulo e reclamou de dores após o procedimento. No documento, Becker não estava mais no local quando os policiais foram acionados. No momento, as autoridades tentam localizá-la.

Nas redes sociais, Rick Chagas, como Henrique se identificava, publicava detalhes de sua rotina como proprietário da empresa “Meu Xodó – Banho & Tosa”, cujo perfil profissional no Facebook possui cerca de 500 seguidores. Morador de Pirassununga, no interior de São Paulo, ele compartilhava os cortes que fazia nos animais e momentos felizes que vivia com amigos, como viagens e saídas noturnas.

O que é o peeling de fenol?

A técnica faz com que o fenol penetre na camada mais superficial da pele (epiderme), causando a necrose daquela “antiga pele” e induz uma reação inflamatória nas camadas mais internas da pele, como a derme. Ele estimula a produção de colágeno e consequentemente “nasce” uma pele mais rejuvenescida.

Quais são os riscos do peeling de fenol?

Apesar de não ser algo recente na indústria da beleza, especialistas da área alertam que o processo não é indicado para todas as pessoas, tem contraindicações e riscos.

Em entrevista ao Globo, o dermatologista Abdo Salomão Jr., da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), afirmou que o tratamento só pode ser realizado em hospitais por apresentar diversos riscos à saúde.

— É uma queimadura programada, em que você remove toda a epiderme e uma parte da derme. Os resultados são brilhantes, mas é um procedimento que está em desuso. Ele é muito sofrido, há riscos altos para cicatrizes e manchas, a pessoas permanece de dois a três meses com o rosto vermelho, um mês sem sair de casa e uma semana sem nem abrir os olhos. Então, a despeito dos resultados, praticamente não se faz mais, e a procura é muito baixa — explica Salomão Jr.

O Globo

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