Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Mal deu tempo de o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, comemorar o resultado de sua participação no programa Roda Viva, na noite da segunda-feira, 26, e sua campanha já foi atropelada nesta terça-feira pelas bandeiras do próprio partido.
A expectativa da equipe do psolista de aproveitar os principais trechos da entrevista nas redes foi frustrada. A repercussão sobre o Hino Nacional ter sido cantado em linguagem neutra, num comício de Boulos no fim de semana, virou a pauta.
Não bastasse a irritação porque o tema ofuscou a agenda positiva, interlocutores reclamaram que a militância do PSOL continuou alimentando a polêmica nas redes, mantendo a expressão “todes” entre os assuntos mais comentados. Uma das queixas internas é de falha na comunicação da sigla com os próprios filiados.
A assessoria de imprensa do candidato afirmou que sua campanha nunca solicitou ou autorizou a alteração na letra do Hino Nacional. A equipe de Boulos alegou que a “produtora, organizadora do evento, foi responsável pela contratação de todos os profissionais que trabalharam para a realização da atividade, incluindo a seleção e o convite à intérprete que cantou o Hino Nacional”.
A campanha de Boulos já trocou a produtora de eventos uma vez. Nos bastidores, não se descarta promover uma nova alteração após o episódio do Hino Nacional. Já em relação à mudança de cantoras nos eventos da manhã e da tarde do sábado, a resposta foi que estava programada.
No comício do psolista no último sábado, 24, pela manhã, a intérprete Yurungai cantou “verás que es filhes teus não fogem à luta”, em vez de “os filhos”, conforme a versão tradicional. Em outro trecho, a cantora entoou “des filhes deste solo és mãe gentil”, em vez de “dos filhos deste solo és mãe gentil”.
O vídeo foi tirado do ar na manhã desta terça-feira, 27, após a repercussão negativa nas redes sociais. No mesmo dia à tarde, em outro evento de Boulos, quem interpretou o Hino Nacional foi a artista Thalma de Freitas, mantendo a letra original.
Estadão