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Um caso judicial polêmico chegou ao seu desfecho na última segunda-feira (19), nos Estados Unidos. O fato em questão envolve a jovem Chrystul Kizer, de 24 anos, que foi condenada a 11 anos de prisão por matar um homem que a explorava e abusava sexualmente.
Kizer era acusada de homicídio por ter atirado em Randall Volar, de 34 anos, em 2018, quando tinha 17 anos. Os advogados dela argumentaram que ela agiu em legítima defesa e usaram um mecanismo chamado “defesa afirmativa”, que protege vítimas de tráfico sexual de algumas acusações, como roubo e prostituição, se elas forem decorrentes do tráfico.
Chrystul conheceu Volar em um ponto de ônibus quando tinha 16 anos. Na ocasião, ele se ofereceu para levá-la em casa e pediu seu número de telefone. A jovem disse que eles saíram para jantar e fazer compras. Com o tempo, o relacionamento entre os dois se tornou obscuro e ele passou a abusar sexualmente de Kizer, chegando a filmar os encontros entre eles sem o consentimento dela.
De acordo com o processo contra Chrystul, Volar já estava na mira da polícia de Kenosha, em Wisconsin, por ter gravado os abusos de outras meninas, o que ela não sabia. Um ano antes da morte dele, Kizer já estaria sendo vítima de prostituição forçada.
A morte de Volar aconteceu em uma ocasião em que ele tentou tocar Kizer, mas ela sacou uma arma e atirou na cabeça dele. Em seguida, ela pôs fogo à casa e fugiu no carro dele. Na ocasião, ela compartilhou o ocorrido em uma transmissão ao vivo no Facebook, pouco antes de ser presa e acusada de homicídio, incêndio criminoso e roubo de veículo.
O promotor Michael Gravely, responsável pelo caso, argumentou que Kizer havia cometido assassinato premeditado para roubar o carro. A defesa dela, porém, afirmou que ela agiu em legítima defesa e apresentou provas de que suas ações foram resultado direto da violência que havia sofrido.
Em maio deste ano, no entanto, ela optou por firmar por um acordo judicial com a promotoria, para evitar o risco de receber uma possível pena de prisão perpétua — e se declarou culpada de uma acusação reduzida de homicídio de segundo grau.
Na sentença do caso, o juiz David P. Wilk, do Condado de Kenosha, em Wisconsin, decidiu que ela deve passar 11 anos na prisão, menos os 570 dias em que já ficou detida, e depois passar cinco anos em liberdade condicional.