Foto: Derek Smith Law Group/Divulgação
A Justiça dos Estados Unidos determinou que uma babá colombiana seja indenizada em US$ 2,78 milhões (aproximadamente R$ 15,3 milhões) após ter sido gravada por uma câmera escondida instalada pelo seu patrão, um milionário do ramo de restaurantes. O caso ocorreu em 2021.
O júri mandou o empresário pagar US$ 2 milhões à vítima. Além disso, o homem, identificado como o empresário Michael Esposito, de 35 anos, e a esposa dele, Danielle, deverão pagar mais US$ 780 mil de danos morais à au pair.
Homem gravou centenas de vídeos da au pair nua. Segundo o New York Post, Michael Esposito, de 35 anos, tentou arrombar a porta do quarto onde a funcionária Kelly Andrade estava após a jovem, com 25 anos à época, encontrar a câmera escondida no cômodo. As informações constam na ação judicial que tramita no Tribunal Federal do Brooklyn.
Empresário foi preso março de 2021 sob acusação de vigilância ilegal, que é passível de até 4 anos de prisão. Porém, ele foi liberado em seguida sob condição de ter acompanhamento por um ano e cumprisse dois anos de liberdade condicional, sem novas ocorrências criminais. Ele chegou confessar o crime no andamento do processo.
“Não é o suficiente para toda a situação pela qual passei nesses três anos. Não é o suficiente.” Kelly ainda disse ao New York Post que ficou com raiva da decisão da Justiça “porque o dano que ele me causou é irreversível” e Michael deveria ficar preso.
Babá disse que está falando do caso “para encorajar muitas au pairs e também imigrantes que foram vítimas de abuso”. “Não fiquem quietas. Não tenham medo de denunciar seu agressor”, acrescentou.
Entenda o caso
A vítima passou por treinamentos em uma empresa de au pair, que intermediou a ida dela aos EUA e o trabalho na casa de Michael. A empresa colocou Kelly em contato com a família de Michael para trabalhar na residência dos pais da esposa do empresário, onde eles viviam em razão de uma reforma na mansão do casal. A babá cuidava dos quatro filhos do casal.
Babá disse que flagrava o empregador em seu quarto com frequência. Conforme o processo judicial, o empregador mexia no detector de fumaça no teto que “frequentemente estava sendo reposicionado”. Menos de três semanas depois do início do trabalho, a vítima mexeu no detector e encontrou uma câmera com um cartão de memória e diversas gravações dela no cômodo.
Vídeos flagraram a jovem nua, se vestindo ou se despindo, informou a vítima no processo. Minutos depois de encontrar o equipamento, o empresário apareceu na casa e bateu na porta do quarto dela. A vítima pulou da janela do primeiro andar e machucou o joelho tentando fugir. Ela chegou a dormir na rua após fugir da residência e foi à polícia, disse o advogado dela, Zachary Holzberg, ao site.
Babá fez um acordo judicial com a empresa de au pair em agosto. O valor do acordo não foi revelado, conforme documentos judiciais.
Com informações de UOL