Foto: Adriana Loureiro Fernandez/The New York Times
Edmundo González Urrutia já se encontra refugiado na Espanha, depois que o avião das Forças Armadas espanholas que o trouxe da Venezuela pousou na tarde de domingo nos arredores de Madri. Com o passar das horas, vieram à tona os detalhes da fuga do candidato da oposição das eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela , notícia que tomou conta do noticiário espanhol.
Segundo a imprensa local, este resultado foi forjado no sábado passado, após um encontro entre González Urrutia e diplomatas espanhóis em que o ex-presidente José Luís Rodríguez Zapatero desempenhou um papel fundamental.
A decisão do candidato da oposição de deixar a Venezuela por temer pela sua vida e pela da sua família ocorreu depois de ter sido processado pelo Ministério Público por cinco crimes relacionados com a sua função eleitoral.
Na verdade, em três ocasiões foi convocado a testemunhar pela justiça venezuelana, mas não compareceu. González Urrutia, que já previa a deriva repressiva do regime de Nicolás Maduro, escondeu-se na embaixada da Holanda no dia seguinte às eleições, nas quais a oposição venezuelana, liderada por Corina Machado, reivindica vitória após denunciar a fraude do regime chavista.
Lá permaneceu até quinta-feira passada, quando se mudou para a residência do embaixador espanhol em Caracas. Agora, o jornal El País revela que a operação diplomática que levou à sua saída começou a tomar forma duas semanas antes.
A Espanha e a União Europeia não reconheceram o resultado oficial das eleições na Venezuela, que declararam Maduro vencedor.
González Urrutia chegou ao início da tarde à Base Aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, depois de ter feito escala anteriormente na República Dominicana e nas Ilhas dos Açores.
O político venezuelano viajou acompanhado de sua esposa e do secretário de Estado de Relações Exteriores e Globais, Diego Martínez Belío. Na capital espanhola, esperava-o a secretária de Estado da América Latina e do Espanhol no Mundo, Susana Sumelzo.
Os dissidentes venezuelanos beneficiam de um procedimento de asilo acelerado em Espanha, pelo que se espera que González Urrutia veja em breve o seu estatuto de refugiado político reconhecido. Cerca de 100 mil venezuelanos já se refugiaram lá, incluindo o conhecido dissidente Leopoldo López.
O Globo