Lula na abertura da Marcha dos Prefeitos 2024 – Foto: Ricardo Stuckert/PR
Governar um município pelo período de quatro ou oito anos consecutivos tem sido o abismo cavado por muitos prefeitos. A falta de capacidade para administrar o bem que é de todos tem levado muitos gestores municipais a conviver com demandas judiciais com acusações de improbidade administrativa, ato ilegal ou que contraria os princípios básicos da administração pública, praticado por um agente público durante o exercício de sua função.
Esses gestores desonestos ou despreparados, quando deixam as prefeituras passam anos e anos acompanhados de advogados, na tentativa de desatar o nó dado no passado. Grande parte desses ex-prefeitos terminam condenados com a perda dos direitos políticos por um determinado tempo, com a obrigação de devolver valores retirados do patrimônio público.
Daí o grande número de sobrinhos candidatos, mesmo não tendo vocação para a vida pública, mas sob pressão de familiares eles entram no jogo servindo de laranjas para os tios condenados. Alguns prefeitos sobrinhos se descobrem e seguem na missão, outros saem tão sujos quanto os seus ‘criadores’.
A partir daí, quando perdem os mandatos, com o título de ex-prefeitos, o terror é instalado na vida e nas famílias dos gestores denunciados e condenados, que passam até uma década ou mais tempo marcando ponto nos tribunais e bancas jurídicas. Na política, ser ex-prefeito em alguns casos já é uma condenação.