2024 foi o ano mais quente já registrado no Brasil, aponta Instituto

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O ano de 2024, que acabou de terminar, foi o ano mais quente registrado no País desde 1961, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) começou a calcular as médias anuais de temperatura. Até então, o ano de 2023 havia sido o mais quente no País.

Conforme os dados do Inmet, no ano passado a média de temperatura foi de 25,02ºC, enquanto que em 2023, os termômetros bateram uma média 24,92ºC. Considerando a média registrada ao longo de 30 anos( 1991 a 2020), a temperatura de 2024 esteve 0,79°C acima.

Ao longo do ano passado, o País sofreu com a pior estiagem das últimas sete décadas, uma escalada de incêndios em várias regiões, como AmazôniaPantanal e no interior de São Paulo, e uma série de ondas de calor. Para piorar, o Rio Grande do Sul sofreu seu pior desastre climático, com uma enchente recorde que destruiu o Estado.

O instituto pondera que os anos nos quais houve maior temperatura o País estava sob influência “forte ou muito forte” do El Niño. O fenômeno se caracteriza por um aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico, o que influencia o clima em várias regiões do mundo. A crise climática, motivada pela emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, também é um fator causador do aumento de temperaturas.

“O Inmet verificou uma tendência de aumento estatisticamente significativo das temperaturas ao longo dos anos, que pode estar associada à mudança no clima em decorrência da elevação da temperatura global e mudanças ambientais locais”, explica o instituto em nota.

Análise parcial da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostra que até setembro do ano passado a temperatura global havia ficado 1,54°C acima da média histórica de 1850/1900. Os números indicam o caminho difícil para alcançar o objetivo global de limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial.

Esse objetivo havia sido expresso no Acordo de Paris, pacto global assinado por quase 200 países, mas as últimas conferências climáticas das Nações Unidas têm mostrado condições cada vez mais frágeis para alcançar essa meta.

O Brasil tem sido um dos países a sofrer recorrentemente com a mudança do clima, uma em cada três cidades do país está sob risco de desastre. O aumento das temperaturas tem intensificado ondas de calor, secas recordes e catástrofes, como a ocorrida no Rio Grande do Sul. Em abril e maio de 2024, pelo menos 183 pessoas morreram no maior desastre climático da História do país.

Estadão Conteúdo

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