Foto: Ernesto Benavides / AFP
O Estado de São Paulo confirmou, nesta sexta-feira, o primeiro caso da nova cepa mais letal do vírus da mpox, chamada de Clado 1b, no Brasil.
A variante tem sido responsável por um surto de grande magnitude na República Democrática do Congo (RDC) e levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), seu mais alto nível de alerta, em agosto do ano passado.
O quadro é de uma mulher de 29 anos residente da Região Metropolitana de São Paulo que tem boa evolução, passa bem, e deve ter alta na semana que vem.
Ela não viajou para outras regiões onde há surto da infecção, contudo, teria recebido pessoas do Congo, seu país de origem, recentemente. Ainda não é possível, porém, cravar o caminho exato que a infecção fez até chegar no país, o que é investigado pelo serviço de vigilância.
Segundo a Secretaria estadual da Saúde de São Paulo, a paciente informou que manteve contato com familiar vindo da República Democrática do Congo, país onde a cepa circula endemicamente, e que os sintomas se iniciaram em 16 de fevereiro.
A pasta reforça que está monitorando o cenário epidemiológico da doença no estado. Todas as unidades de saúde estaduais seguem protocolos técnicos de vigilância, testagem e acompanhamento de casos para garantir uma resposta rápida e eficaz à doença.
O vírus da mpox, endêmico no continente africano, é dividido em duas linhagens, chamadas de Clado 1 e Clado 2. A 2, que é mais branda, foi a responsável pela propagação global em 2022 depois que uma nova versão, chamada de 2b, ganhou a habilidade de se disseminar via relações sexuais.
Na época, a OMS também decretou ESPII, e o Brasil foi um dos países mais afetados – o primeiro a relatar um óbito fora da África. Essa cepa (2b) continua a circular e a provocar casos pelo mundo, inclusive no Brasil, porém de forma mais fraca e sem um cenário de emergência global.
No entanto, em setembro de 2023, pesquisadores detectaram uma nova variante do vírus da mpox, dessa vez derivada do Clado 1, que é mais grave, com estimativas que chegam a 10% de letalidade. A cepa também parece ter adquirido a capacidade de ser transmitida sexualmente e recebeu o nome de 1b.
Com informações do G1/SP e O Globo