Uma grande explosão atingiu na tarde desta terça-feira (4) a cidade de Beirute, capital do Líbano. Ainda não há detalhes sobre o que teria motivado o incidente ou o número de vítimas.
Segundo a TV local LBC, o ministro da Saúde do país afirma que foi registrado “um número muito grande de feridos”, além de muita destruição. O canal Al Mayadeen fala em centenas de feridos.
De acordo com a agência de notícias Reuters, as explosões ocorreram na área portuária da cidade, onde ficam diversos armazéns.
Duas fontes de segurança e a agência de notícias estatal NNA afirmam que a origem da explosão foi um armazém de fogos de artifício. Ainda não se sabe qual foi a causa e o tipo de explosivo que havia no local.
Vídeos nas redes sociais mostram uma grande nuvem de fumaça na capital e imagens de prédios destruídos.
Another view of the explosions in Beirut pic.twitter.com/efT5VlpMkj
— Borzou Daragahi 🖊🗒 (@borzou) August 4, 2020
De acordo com a rede de TV Al Arabiya, uma série de explosões foram ouvidas em toda a cidade e ao menos uma delas teria ocorrido nas proximidades da residência do ex-premiê Saad Hariri.
Segundo testemunhas ouvidas pelo canal, construções que ficam a quilômetros de distância das explosões foram atingidas.
“Vi uma bola de fogo e fumaça sobre a cidade. As pessoas gritavam e corriam, sangrando. Varandas foram arrancadas dos prédios. Vidros de prédios altos caíram nas ruas”, disse uma testemunha à Reuters.
Bombeiros jogam água em incêndio após explosão em Beirute, capital do Líbano – Foto:
Julgamento
Nesta semana, está prevista a divulgação do veredito de um tribunal apoiado pela ONU (Organização das Nacões Unidas) contra quatro homens acusados de terem participado do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri —pai de Saad— em 2005. O resultado deve sair na sexta-feira (7).
Os réus, todos membros do movimento xiita Hizbullah, estão sendo julgados à revelia pelo Tribunal Especial do Líbano (TSL), com sede em Haia (Holanda), encarregado de ditar a sentença 15 anos após o atentado com um carro-bomba, em Beirute. Nele, morreram o bilionário sunita e outras 21 pessoas.
O assassinato de Hariri, pelo qual quatro generais libaneses foram inicialmente acusados, desencadeou uma onda de protestos que forçou a retirada das tropas sírias do país, após 30 anos no país.
O Hizbullah, que nega envolvimento no ataque, opõe-se a entregar os suspeitos, apesar de vários mandados de prisão do TSL. Hariri era considerado o principal líder dos sunitas no país, enquanto o Hizbullah, que tem apoio do Irã, representa parte da comunidade xiita.
Folha de São Paulo