MORAES NEGA PEDIDO DE MORO E MANTÉM VALIDADE DE DEPOIMENTO DE BOLSONARO À PF

Foto: Sérgio Lima

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido feito pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e manteve a validade do depoimento prestado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga interferência política na corporação. Segundo o ministro, o depoimento, prestado no último dia 3, foi colhido de maneira legal.

A defesa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro encaminhou uma petição ao Supremo questionando a forma como o depoimento do presidente foi colhido. Os advogados de Moro reclamam que a fala do chefe do Executivo foi restrita apenas ao órgão.

A decisão de Moraes foi tomada após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) a favor da validade da oitiva de Bolsonaro.

“O Ministério Público Federal, titular da ação penal pública e destinatário da prova colhida, não vislumbrou qualquer irregularidade no procedimento adotado pela autoridade policial para a oitiva do Presidente da República nestes autos, de modo que o inconformismo manifestado, além de extemporâneo, não merece êxito”, disse Moraes.

Segundo a PGR, em documento assinado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, “não se verifica qualquer irregularidade no procedimento adotado pela autoridade policial quando da realização da oitiva de Jair Bolsonaro”.

O inquérito apura se Bolsonaro teria tentado interferir na PF, e foi aberto após Sergio Moro apontar que ele o pressionava para substituir o diretor-geral da corporação por um aliado.

Em agosto, Moraes decidiu que não era necessário que outras partes acompanhassem o depoimento de testemunhas.

Segundo a PGR, “a diligência foi cumprida em conformidade com a última decisão judicial proferida pelo atual Ministro Relator do processo”. Ainda de acordo com Aras, o inquérito policial, por ser procedimento administrativo de natureza inquisitorial, permite mitigação do contraditório.

Além disso, a procuradoria apontou que “sendo o termo de oitiva peça informativa integrante de procedimento inquisitorial prévio”, imperfeições incidentais não contaminariam eventual processo penal futuro.

O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Topo