“FORAM DOIS MINUTOS QUE TIRARAM A VIDA DELE”, DIZ FILHA DE IDOSO QUE MORREU EM HOSPITAL DE SANTA CRUZ

Foto: Cedida

Familiares de Manoel Ferreira da Silva ainda tentam superar a morte repentina do idoso de 86 anos. Ele estava internado no Hospita Municipal Aluízio Bezerra, na cidade de Santa Cruz, na região Agreste potiguar, para tratar de uma pneumonia, mas veio a óbito na tarde desta quinta-feira (28).

Em vídeos compartilhados nas redes sociais, parentes do idoso denunciaram que houve negligência por parte do hospital. Segundo eles, o oxigênio que era utilizado para manter o homem vivo foi retirado para dar suporte à jovem Hanna Cecília da Silva Venâncio, de 27 anos que chegou à mesma unidade passando mal.

A filha de Manoel, Ana Elizabeth Ferreira, conta que estava no trabalho quando recebeu uma ligação da irmã falando sobre o que havia acontecido no hospital. “Eu tava no meu trabalho quando minha irmã ligou desesperada, dizendo venha pra cá, venha logo, corra porque retiraram o aparelho do meu pai e meu pai não pode ficar sem oxigênio. Até porque a Dra. Ellenn falou, e quando a gente chegou lá, até pra bater um raio-x no meu pai, foi obrigado a levar ele no oxigênio, era a maior preocupação dela”, disse Ana Elizabeth.

O estado de saúde de Manoel era bastante delicado e a família, que já estava aflita viu o desepero aumentar com a chegada de Hanna, que também apresentava um quadro clínico grave. “Na hora que essa moça chegou passando mal, na hora lá retiraram o oxigênio do meu pai, para socorrer a jovem. Mas eu achei um absurdo isso acontecer. Na hora que eu falo em negligência porque, como é que tiram um aparelho de uma pessoa, eu sei, que era pra dá a vida a uma jovem. Mas meu pai poderia hoje ainda tá vivo. Nessa hora eu me desesperei”, desabafa Elizabeth.

De acordo com a diretora clínica do hospital, Ellenn Salviano, o tempo entre o procedimento de retirada do equipamento que estava com Manoel para ser utilizado em Hanna e a instalação de um equipamento reserva no idoso, durou aproximadamente dois minutos. Mas segundo Elizabeth, devido as condições clínicas, o pai dela não resistiu. “Foram dois minutos que tiraram a vida dele. Arrancaram o aparelho do meu pai como se fosse um animal. Puxaram o aparelho dele, empurraram a maca do meu pai. E ele ficou morrendo lá, e ninguém chegou pra socorrer, disse.

Bastante emocionada, Elizabeth disse que quer usar esse momento não para pedir justiça, mas para evitar que caso semelhante ao que aconteceu com a família dela, volte a ocorrer. “Não quero que isso aconteça mais. Que realmente os órgãos públicos cheguem junto com a saúde, não deixe acontecer com outras vítimas. Não quero justiça, porque não vai trazer meu pai de volta. Eu espero que a partir de agora, o que aconteceu com meu pai, sirva de exemplo para os governantes colocarem a saúde em primeiro lugar. Nós temos que ter mais amor ao próximo, não podemos fazer isso com ninguém”, disse Ana Elizabeth.

Portal da Tropical

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Topo